quarta-feira, 27 de abril de 2016

(Parte 2) Magnífico, Versátil, e Extremamente competente...Jethro Tull


O disco A deu novos rumos à música do Tull, até porque não foi originalmente gravado como um disco do Tull. Nele os experimentos eletrônicos ganham força, o que não significa um som ruim, apenas diferente do que o Tull vinha fazendo, com grande presença dos teclados de Eddie Jobson. A faixa Black Sunday é uma das grandes músicas desse álbum, com a letra cantada de maneira rápida, é uma música que começa lenta pra depois ganhar um bom ritmo, com Ian, Martin e Jobson muito bem entrosados, ótimas passagens instrumentais de teclados, e solos de guitarra e flauta, com uma passagem lenta no meio com ótimos climas criados por Eddie. O baixista Dave Pegg (Aliás, o trio Ian-Martin-Dave irá durar até 95), vindo da banda folk Fairport Convention, e o baterista Mark Craney também tocam de maneira incrível nesse disco. O baixo de Pegg se faz muito presente, o que pode ser visto logo no começo da faixa Protect And Survive, faixa bastante tocada pelo Tull em shows mais recentes. Outras faixas que merecem destaque são The Pine Marten’s Jig, que soa bastante folk e onde Eddie mostra como toca violino de forma espetacular, além de Fylingdale Flyer, Uniform e Crossfire.
Foi lançado um vídeo dessa época, chamado Slipstream, que recentemente saiu em DVD, que contém um show e vários clipes. O show é muito bom, ouvir Heavy Horses com violino junto, ao vivo, é simplesmente fantástico. Os clipes também são interessante, e alguns bastante engraçados, como o da música Too Old To Rock ‘n’ Roll: Too Young Too Die, gravado 4 anos após o disco homônimo, que mostra a banda toda vestida de velhos, ou o da música Sweet Dreams, com Ian interpretando um vampiro.
Mark Craney deixa a banda depois do A, e Eddie Jobson, que sempre foi um “andarilho”, segue seu caminho, que ainda iria se cruzar com o do Tull por mais uma vez. O baterista Gerry Conway entra no lugar de Craney. O ano 1981 é o primeiro ano em que a banda não lança um disco, e fica inativa, com apenas algumas sessões de gravação onde os músicos se reúnem. Várias músicas dessa época são lançadas anos depois no CD 2 do disco Nightcap.
Em 1982 Peter-John Vettese ocupa o cargo de tecladista e é lançado o décimo quarto álbum de estúdio do Tull. O The Boadsword And The Beastie (1982) é um álbum em que a banda tenta retornar ao Folk que estava sendo feito até Stormwatch, e apesar de conter muita influência eletrônica do disco anterior, conseguiu ser um trabalho bem equilibrado entre esses dois estilos, resultando numa nova sonoridade e num álbum muito bom. A única coisa que me incomoda um pouco nele é a bateria eletrônica, que segue sempre um ritmo “eletrônico” demais, por mais que isso soe redundante, acho que vocês me entendem. O disco começa com Beastie, que fala da besta da capa num ritmo sombrio, já a Broadsword fala da espada, e num tem um clima mais nobre, por assim dizer, mais heróico, e as duas com ótimos solos de guitarra. Flying Colors é um dos pontos altos do disco, junto com Pussy Willow, e a pequena e bela Cheerio, que fecha o disco.
Gerry deixa a banda pouco após a gravação, e o Tull tem uma participação especial numa apresentação em Londres: Phil Collins, baterista da banda Genesis. Há um vídeo dessa apresentação, com duas das músicas tocadas: Jack in The Green e Pussy Willow. Para a turnê desse ano é contratado o baterista temporário Paul Burgess. Os shows dessa época são muito bons, a banda com uma ótima pegada, tocando as músicas do Broadsword e sons da fase folk, como Songs From The Wood, Heavy Horses e One Bronw Mouse, além dos clássicos da discografia Tulliana. Também era tocado nos shows um dueto fantástico de teclado e bateria, com Peter e Paul mandando muito bem. Os vídeos também são muito bons, tem um na Alemanha que mostra uma grande performance, o Ian fazia coisas interessantes na época, como aparecer cantando a música Beastie com um bonequinho do personagem da capa do disco nas costas, e em Broadsword trazia uma espada. O show da Alemanha não tem isso, que ainda não tive oportunidade de ver senão em fotos. Após a turnê do disco, Paul Burgess deixa a banda, e em 1984 começam os trabalhos do novo álbum.
Na década de 80 muitas bandas dos anos 60 e 70 ficaram um pouco perdidas musicalmente, num cenário que estava se tornando pouco receptivo ao virtuosismo do rock progressivo, com a ascensão do punk rock e da música pop. O Tull não foi exceção. ou primeiros álbuns da década tiveram um grande influência eletrônica, mas ainda assim se mantiveram num bom nível, entretanto, em 1984 os experimentos com música eletrônica atingiram seu ponto máximo, resultando no álbum Under Wraps (1984). O UW é um disco com muita música eletrônica, teclados e samplers, e onde reina absoluta a bateria eletrônica, programada pelo próprio Ian, já que não houve nenhum baterista envolvido na gravação do álbum. A guitarra e o baixo chegam a ficar em segundo plano, e às vezes é difícil identificá-los, e a flauta é pouco utilizada. Resumindo, e um álbum com grande queda de qualidade, e que soa extremamente datado, mas algumas músicas como European Legacy, a acústica Under Wraps #2 e Nobody’s Car são menos ruins. Nos shows dessa época Doane Perry começa a tocar bateria na banda, e está no Tull até hoje, e Gerry Conway faz algumas participações como músico convidado até 1988.

No mesmo ano foi gravado um ao vivo que foi lançado só em 1990, chamado Live At Hammersmith ’84. No disco podemos ver que a guitarra de Barre nos shows dessa época está muito pesada. É um disco ao vivo bastante interessante, onde são tocados vários clássicos, e mesmo com toda tecnologia envolvida no último disco, Ian e companhia mostram que não perderam o antigo “jeito Tull” de tocar, como em Locomotive Breath.
Ainda em 1984 foi gravado outro ao vivo, chamado A Classic Case, lançado no ano seguinte. É um disco em que o Tull toca com a Orquestra Sinfônica de Londres, regida pelo ex-membro da banda David Palmer, resultando no único álbum completamente instrumental da banda. E a mistura foi muito bem feita, a banda tocando muito e em completa harmonia com a Orquestra, o que não poderia ser diferente, pois David Palmer fez os arranjos pra Orquestra além de regê-la.
Em 1985 ocorreu um show que merece ser lembrado, o Bach-Rock, ocorrido em Berlim em homenagem ao aniversário de 300 anos de J. S. Bach. Nele está presente Eddie Jobson, que tocou com o Tull em 80, e aparece como convidado especial nos teclados e violino. O show foi aberto com Black Sunday, música da época do disco A, e seguiu com vários clássicos do Tull, até chegar em Bourée, música que não poderia faltar num show como esse, e com Soirée grudada nela. Logo após veio a adaptação de Concerto Para Dois Violinos, de Bach, ou Bach’s Double Violin Concerto. Não havia dois violinistas no palco, mas Eddie tocou o seu violino maravilhosamente e Martin fez a parte do outro na guitarra, e todas as outras partes da música são fenomenais, mostrando os músicos tocando com muita técnica e fazendo um som sensacional. Bach deve ter adorado, esteja onde estiver. No meio da música Ian sai do palco e a música muda de repente pra Parabéns pra Você, logo após Ian volta com um chapeuzinho na cabeça, soprando uma língua de sogra e com um bolo de aniversário no ombro direito, com três velas acessas. Chega perto de Eddie e ele apaga duas delas num soprão, e o Ian se encarrega de apagar a terceira com a língua de sogra! Uma das cenas mais engraçadas de um show muito bom do Tull, que termina com os versos finais de Thick As A Brick.


De 1985 até 1987 a banda estava inativa, com os membros se reunindo para poucos apresentações e sessões de gravação. E entre eles se encontrava o violinista Ric Sanders, que como Dave Pegg e Gerry Conway, é membro do Fairport Convention, e gravou participações no disco de 1987.
O período de inatividade serviu pra que Ian tratasse um problema na garganta, adquirido na turnê do Under Wraps. Então, em 1987 o Jethro Tull volta de maneira surpreendente, com o álbum Crest Of A Knave (1987). Neste disco Peter-John Vettesse se afasta da banda, e o próprio Ian se encarrega dos teclados e da programação da bateria eletrônica de três faixas, Doane Perry toca em duas faixas e Gerry Conway em quatro. Ric Sanders, o violinista supracitado, gravou com a banda como músico convidado nas faixas Budapest e The Waking Edge. Dave continua firme no baixo, e Barre toca de maneira sensacional neste álbum, que tem uma sonoridade mais pesada e se baseia muito em sua guitarra.
Nesse álbum Ian opta por baixar os tons da música para cantar num tom mais baixo, devido ao problema em sua garganta. Essa mudança e a falta de um tecladista na gravação do álbum fizeram com que guitarra de Barre tivesse mais peso e presença nesse disco. O álbum começa com Steel Monkey, com bateria eletrônica, mas muito melhor que a do álbum anterior. A faixa é num ritmo rápido, com um belo solo de guitarra. Said She Was A Dancer rendeu ao Tull a comparação com a banda Dire Straits, e realmente a faixa lembra bastante, devido ao tom de voz em que Ian canta e mesmo ao modo como Martin toca a guitarra. Budapest é a grande estrela do disco, com 10 minutos de duração, a faixa tem um clima calmo e começa acústica, pra depois ganhar peso com a guitarra de Barre e um toque de beleza do violino de Ric Sanders. Um clássico do Tull pós setentista. Outras ótimas faixas são Farm On The Freeway, Jump Start e Mountain Me. Aliás, esse disco todo é ótimo.
E foi isso que a academia do Grammy Awards também achou, e deu o prêmio ao Jethro Tull em 1989, mas a categoria na qual a banda venceu gerou polêmica. O Crest Of A Knave ganhou o prêmio por Melhor Performance de Hard Rock/Heavy Metal, categoria na qual a banda Metallica era a favorita com seu disco …And Justice For All. E convenhamos, o Tull estava com um som mais pesado, mas nunca chegou perto de ser Heavy Metal, foi uma premiação realmente estranha. Um tempo depois a banda mandou publicar uma figura de uma flauta colocada entre várias barras de ferro e a frase ambígua “The Flute is a (Heavy) Metal Instrument”, com a palavra Heavy rabiscada em cima da frase. Nos shows do final de 1987 o tecladista Don Arey tocou com a banda, e também o convidado Ric Sanders.
Em 1988 ocorreu um lançamento muito importante, a caixa especial em comemoração dos 20 anos da banda. A caixa contém 62 músicas, divididas em 3 CD’s, são eles: CD 1 – Radio Archives and Rare Tracks, CD 2 – Flawed Gems and Other Sides Of Tull e CD 3 – The Essential Tull.
O primeiro CD começa com várias faixas de sessões da BBC, incluindo um cover de Stormy Monday Blues, de T. Bone Walker, também trás algumas músicas da época do álbum The Boadsword and The Beast, que ficaram de fora do disco, como Jack Frost And The Hooded Crow e Too Many Too. Contém ainda várias músicas só lançadas até então em singles e compactos, como 17, One for John Gee, King Henry’s Madrigal, e as duas do primeiro compacto da banda (que saiu com o nome errado: Jethro Toe), chamadas Aeroplane e Sunshine Day, entre várias outras raras e algumas versões ao vivo.
O segundo CD trouxe mais 5 faixas que ficaram de fora do Broadsword, como a bela Jack-A-Lynn e a alegre Mayhem Maybe, além de várias faixas gravadas entre 1977 e 1979, e até então inéditas, como Beltane, Crossword, e uma que eu adoro, Kelpie. Part of The Machine é outra faixa lançada apenas num single, e foi a última participação de Gerry Conway na banda. Há também outras faixas mais antigas, e entre elas a mais importante é The Chateau D’Isaster Tapes, gravação de 1972 que tinha o propósito de ser o disco de 1973, como já dito anteriormente.
O terceiro CD tem uma coletânea de clássicos da banda, com algumas versões ao vivo. Também foi lançado um CD que é uma coletânea do material dos três CD’s descritos acima, além de um vídeo, que contém entrevistas com pessoas que passaram pela história da banda, fãs, o próprio Ian, etc. Além disso tem clipes e cenas de shows, como a música To Be Sad Is Mad Way To Be, no começo de 1969, em uma das primeiras apresentações de Martin Barre com a banda, o clipe da música The Whistler, três músicas do famoso show de 1978 no Madison Square Garden (Thick As A Brick, Songs From The Wood e Aqualung), e ótimos clipes de Heavy Horses e Budapest, entre outros.
Para a turnê dos vinte anos, Martin Allcock se junta a banda nos teclados. A banda agora era composta por Ian Anderson, Martin Barre, Doane Perry, Dave Pegg e Martin Allcock. Em 1989 essa formação lança um novo disco, chamado Rock Island (1989), que conta com a participação especial de Peter-John Vettese em algumas faixas.

Rock Island é um disco em que a banda dá continuidade ao trabalho realizado no álbum anterior, com um som mais pesado, cheio de riffs e solos de guitarra e de flauta. Tem músicas maravilhosas, como a faixa título, com um solo de guitarra seguido de um solo de flauta, ótimas linhas de baixo e Doane muito bem na bateria, tanto nas partes pesadas quanto nas lentas. As músicas The Rattlesnake Trail e Heavy Water também merecem destaque, além da bela Another Christmas Song.
Em 1991 o álbum Catfish Rising (1991) é lançado. É um disco muito interessante, uma mistura muito boa do hard dos discos anteriores com pitadas de blues e folk, tem um clima meio sombrio, urbano por assim dizer. Martin Allcock não participa do álbum, que contou com diversas participações especiais, como John Bundrick, que entre outros tocou com o The Who, nos teclados. Também nos teclados tocaram Foss Paterson e Andy Giddings, que mais tarde faria parte do Tull, Matt Pegg, filho do Dave, tocou baixo em três faixas e Scott Hunter tocou bateria em uma faixa. Allcock fez shows com a banda esse ano, ao final do qual deixou o Tull.
Rocks On The Road é uma grande música desse álbum, e passa bem a idéia do clima urbano e obsuro de que falei acima. Outas boas músicas são Sparrow On The Schoolyard Wall, When Jesus Came To Play, que tem umas pitadas de blues, e Roll Yer Own, que soa bem folk.
No ano seguinte é lançado um disco ao vivo gravado em vários shows no começo do ano, chamado A Little Light Music (1992). Nele quem toca bateria é um outro membro do Fairpot Convention, Dave Mattacks. É um dos melhores ao vivo do Tull, como é semi-acústico algumas músicas antigas foram trabalhadas em novo formato, o que deu um resultado espetacular, como em Pussy Willow, Under Wraps e Too Old To Rock ‘N’ Roll: Too Young To Die. Além disso em Bourée eles tocam o primeiro movimento do Concerto para Dois Violinos em Ré Menor, de Bach.
Após os shows em que ocorreram a gravação desse disco, Doane Perry reassume seu posto na bateria e Andy Giddings, que havia feito uma participação especial em Catfish Rising se junta oficialmente ao Tull nos teclados.
Em 1993 acontece mais um lançamento de peso na discografia Tulliana, a caixa especial em comemoração do aniversário de 25 anos da banda. A caixa contém 4 CD, sendo eles: CD 1 – Remixed Classic Songs, CD 2 – Carnegie Hall, NY Recorded Live (New York City 1970), CD 3 – The Beacons Bottom Tapes e CD 4 – Pot Pourri Live Across The World & Through The Years.
O CD 1 contém versões remasterizadas de clássicos do Tull, de 1968 a 1982. O CD 2 é um ao vivo gravado em Nova York em 1970, comentei sobre ele no início do artigo. O CD 3 são músicas clássicas do Tull gravadas pela formação da época do lançamento da caixa, e contém várias coisas interessantes, como a música So Much Trouble, que é bem antiga, e foi tocada nas sessões da BBC no final de 68 e início de 69, ainda com Mick Abrahams na banda, e não havia sido lançada oficialmente antes. Também tem uma versão diferente de Living In The Past, com gaita, e uma bela versão de Cheerio, com 4 minutos de duração. Protect And Survive ganhou uma cara nova em uma maravilhosa execução acústica e elétrica de Martin Barre. Uma curiosidade é que o Ian não toca nessas duas últimas faixas, que são fantásticas. Outras duas que eu adoro são a versão alongada de A New Day Yestreday e a versão instrumental e elétrica de The Whistler.
O CD 4 apresenta músicas de várias apresentações do Tull ao redor do mundo e através dos anos, como o título do disco diz. Contém coisas como Passion Play Extract, um pedaço de A Passion Play tocado em 1975, Back To The Family e To Be Sad Is A Mad Way To Be tocadas em 1969, uma Medley de Wind-Up, Locomotive Breath e Land of Hope And Glory tocada em 1977, além Seal Driver em 1982 e Nobody’s Car e Pussy Willow em 1984. O restante do disco é de apresentações de 1991 e 1992. Além disso foi lançado um cd duplo chamado The Best Of Jethro Tull: The Anniversary Collection (1993), uma coletânea de músicas remasterizadas dos álbuns de 1968 a 1991.
Houve também o lançamento de um vídeo, mostrando uma reunião do membros antigos e então atuais da banda, com entrevistas e conversas com muitos deles, que falaram de coisas como o motivo da saída do Tull, o que estava fazendo até aquele momento, etc. Além disso entre as entrevistas tem várias partes de clipes de diversas épocas, gravações em programas de TV em 70, o clipe gravado pra turnê de 73 onde Jeffrey narra a história da lebre que perdeu seus óculos, clipe de 75 do Minstrel In The Gallery, clipe de Kissing Willie, além de algumas músicas gravadas pela formação da época, como A New Day Yesterday, entre outros. Em 2004 saiu o DVD A New Day Yesterday: the 25th Anniversary Collection 1969-1994, que trás as entrevistas do encontro, 7 clipes completos e excertos de muito outros.
Mas o ano de 1993 ainda não havia acabado, e outro grande lançamento chegou às mãos dos fãs esse ano. Nightcap, um álbum duplo. O primeiro CD trás 13 faixas, todas gravadas em 1972, quando a banda trabalhava no próximo disco após o TAAB. Dentre elas as três últimas já haviam sido lançadas anteriormente, na caixa de 20 anos, em uma única longa faixa. É um disco muito bom, que lembra o A Passion Play em várias partes. Contém a bela Animelée, Law of The bungle e Law of The Bungle Part 2, na qual Martin Barre fala no começo, além das maravilhosas Critique Oblique e Post Last, e das três faixas de que falei antes. Um grande disco de uma época que ficou esquecida por um longo tempo. O CD 2 contém várias faixas inéditas de 81 e do período que vai de 89 a 91, além de algumas de 74, 75 e 78.
Em 1995 o Tull lançou um novo disco, chamado Roots To Branches (1995). Dave Pegg chegou a tocar baixo em três músicas dele, mas então deixou o Tull para poder se dedicar apenas ao Fairport Convention. Dave nunca saiu do Fairport, e tocava nas duas bandas ao mesmo tempo. O baixista convidado Steve Bailey tocou no resto do disco, mas quem tocou na turnê foi o novo integrante do Tull, Jonathan Noyce. Essa formação (Ian Anderson, Martin Barre, Doane Perry, Jonathan Noyce e Andy Giddings) foi a mais duradoura do Tull, os cinco tocaram juntos até 2006.

O Roots To Branches é um álbum excepcionalmente bom, um dos melhores, senão o melhor, desde Stormwatch, apesar de eu gostar muito dos outros que existem entre os dois. O disco tem muitas influências orientais e árabes, e Ian toca flauta de bambu em várias faixas neles. A faixa título abre o disco, com Ian na flauta de bambu e um clima sombrio, alternando momentos calmos com outros mais pesados, trás uma progressividade que não era vista no Tull há algum tempo. Rare And Precious Chain segue na mesma linha, com visível influência árabe. Dangerous Veils é outra ótima música, com direito a uma ótima passagens instrumental com destaque para os teclados e a guitarra. Wounded, Old and Treacherous é uma música longa, começa num ritmo legal, depois fica lenta e Ian canta meio que falando, e do meio em diante ela vai crescendo e aumentado o ritmo pra depois voltar a ficar lenta e finalmente terminar numa explosão progressiva maravilhosa. Um grande álbum que trás um Tull renovado e surpreendente.
Em 1999 sai o disco J-Tull Dot Com (1999), que como o nome sugere, faz propaganda do recém criado site da banda ( j-tull.com ). É um disco controverso, e divide opiniões entre os fãs. Pra mim ele ainda é um disco esquisito, as vezes gosto mais dele do que outras. Mas o fato é que ele trás música boas e outras que ficam abaixo do restante da produção do Tull. Ele é aberto pela música Spiral, que tem um ritmo legal e um solo de Barre, sustentado pelos bem colocados teclados de Giddings. El Niño é outra faixa interessante, com um certo clima de suspense.
O século 21 traria vários discos ao vivo, e também os álbuns de estúdio (até o Roots To Branches), e alguns ao vivo mais antigos, em versões remasterizadas. Além da qualidade sonora, a maioria dos remasterizados tem faixas bônus vindas de singles, versões ao vivo ou sobras de estúdio da época do disco, e que complementam muito bem os álbuns. Grande parte das faixas bônus já haviam sido lançadas nas caixas especiais de 20 e 25 anos, mas é muito interessantes tê-las junto do álbum de estúdio de sua época. O remaster de A Passion Play trás um vídeo bônus da The History Of The Hare Who Lost Her Spectacles, e o do A trás como bônus o DVD Slipstream, da época da turnê do álbum. Um remasterizado muito importante é o do The Broadsword And The Beast, já que a qualidade da masterização original desse CD era lamentável. Além disso ele trás 8 faixas bônus, todas elas são da época do álbum mas ficaram de fora dele, e, segundo Dave Pegg disse certa vez, elas (mais Motoreyes, que saiu na caixa de 20 anos e é da mesma época) teriam dado um álbum melhor do que o Under Wraps, e eu acho que ele estava certo. A versão remasterizada de War Child trás sete bônus muito boas, incluindo a até então inédita War Child Waltz.
Em 2002 sai o disco ao vivo Living With The Past (2002), que é lançado também em DVD. A maioria das faixas é gravada num show de 2001, e outras no estúdio na casa do Ian, etc. É um show muito bom, com várias faixas antigas e algumas pouco tocadas ao vivo. Além disso os integrantes da banda dão vários depoimentos interessantes entre as faixas, e há clipes de uma reunião da primeira formação da banda, tocando músicas da época, como Some Day The Sun Won’t Shine For You.
Em 2003 é lançado o The Jethro Tull Christmas Album (2003), que contém antigas faixas natalinas do Tull regravadas, e algumas novas músicas. O disco conta com a participação de James Duncan, filho do Ian, na bateria em várias músicas, Dave Pegg aparece em A Christmas Song tocando bandolim, e no baixo em Another Christmas Song. Além disso um quarteto de cordas toca na inédita First Snow On Brooklyn. Outras inéditas muito boas são Greensleeved, faixa de autoria atribuída ao rei inglês Henry VIII, além de Holly Herald e A Winter Snowscape. God Rest Ye Merry Gentleman, que Ian toca em solos de flauta desde os anos 70 ganha enfim uma versão definitiva e maravilhosa. O disco ainda contém regravações de clássicos como Bourée e Weathercock.
Ainda em 2003 é lançado o DVD A New Day Yesterday – 25th Anniversary Collection, 1969-1994, e em 2004 o disco e DVD ao vivo Nothing Is Easy: Live At Isle Of Wight, ambos já comentados nesse artigo. Em 2005 sai o DVD solo de Ian Anderson chamado Ian Anderson Plays The Orchestral Jethro Tull, onde ele e sua banda solo tocam com uma Orquestra os grandes clássicos da banda. A banda solo de Ian era composta por James Duncan na bateria, Florian Opahle na guitarra, David Goodier no baixo e John O’Hara nos teclados e acordeon, esses dois últimos fariam parte do Tull mais tarde.
Após esse DVD, foram feitos vários shows com Orquestra, e Ian começou a se aproximar bastante da música clássica. Essa influência acabou se refletindo também no Tull. Aliás, nesse ponto uma coisa precisa ser dita. A banda solo do Ian e o Tull começaram a se confundir, eram feitos shows do Tull com uma mistura da banda solo e do membros oficiais do Tull, até que um tempo depois, na página sobre os membros no site da banda os membros da banda solo do Ian, os do Tull e algumas violinistas convidadas especiais passaram todos a ser creditados como membros do JT, como uma grande “família Tull”. Ainda em 2005 é lançado o disco ao vivo chamado Aqualung Live (2005), onde é tocado todo o álbum Aqualung (1971), de 1971.
Em 2005 e 2006 o Tull tocou com uma convidada especial, a violinista Lucia Micarelli. Nesse período foram tocadas alguns covers, como de Kashmir, do Led Zeppelin e Bohemian Rhapsody, do Queen. Micarelli também tocava o Concerto para Violino em Dm, do compositor erudito Jean Sibelius. Uma outra belíssima composição dessa época é a música Moz’ Art Medley, que contém partes de diversas músicas famosas de Mozart. Uma música fantástica, com Ian na flauta e Lucia no Violino. Há um vídeo fantástico de 2006 de um show em homenagem a Mozart chamado Spirits Of Mozart, em que tocaram vários artistas, e nele Ian e Lucia tocam a Moz’ Art Medley e também Bourée. É de encher os olhos, realmente lindo. Outras violinistas também tocaram com a banda, como Anna Phoebe e mais recentemente Ann Marie Calhoun.
Em 2007 foram lançados um coletânea de músicas acústicas chamada The Best Of Acoustic Jethro Tull, e o Cd e DVD do show de 2003 chamado Live At Montreux 2003 (2007). O último é muito legal mesmo. Vale muito conferir o som dessa banda eterna!
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(Parte 1) Magnífico, Versátil, e Extremamente competente...Jethro Tull



Resgatando um ótimo texto sobre uma das maiores bandas de todos os tempos, créditos para progshine

Em 1968, uma banda com uma formação um tanto inusitada para a época, pois trazia um flautista como frontman, lançou seu primeiro álbum. Hoje, há 48 anos, o Jethro Tull é um clássico, tendo influenciado incontáveis músicos pelo mundo, e ganhou a admiração e respeito de milhares de fãs.
Neste artigo falarei um pouco sobre essa banda e sua trajetória, é minha maneira de fazer uma homenagem a esses músicos (de todas as formações) e a essa banda única, em seu quadragésimo aniversário.
A história da banda começa antes de seu início, por assim dizer, já que vários dos músicos que vieram a fazer parte das suas diversas formações nos anos 70 já se conheciam e tocaram juntos em meados dos anos 60. Eram eles o próprio flautista Ian Anderson, o tecladista John Evan, o baterista Barriemore Barlow, e o baixista Jeffrey Hammond-Hammond. Eles tocaram juntos na banda The Blades e mais tarde na The John Evan Band. Quando essa última mudou de nome, e se trasformou em John Evan’s Smash, o baixista Glenn Cornick assumiu o lugar de Jeffrey.
Mas no início o Tull contava apenas com Ian Anderson como flautista e vocalista e com o baixista Glenn Cornick, aos quais se juntaram o baterista Clive Bunker e o guitarrista Mick Abrahams.


Com essa formação lançaram, em 68, o primeiro álbum da banda, chamado This Was (1968). Álbum esse que tende bastante para o blues, por influência principalmente do guitarrista Mick Abrahams. Mas o disco também tem algumas pitadas de jazz em sua composição, fato evidenciado pela faixa Serenade to a Cuckoo, que é uma música do jazzista Roland Kirk. Kirk foi um grande saxofonista de jazz (conhecido por tocar três tipos diferentes de saxofone ao mesmo tempo), mas ele também era flautista, e um dos primeiros a tocar a flauta e usar a voz ao mesmo tempo, técnica muita usada por Ian.
Essa formação não durou muito tempo. As diferenças musicais falaram mais alto e Mick deixou a banda. Durante pouco tempo Tony Iommi, guitarrista do Black Sabbath, tocou com o Tull, fazendo apenas uma apresentação no The Rolling Stones Rock and Roll Circus, tocando a música Song for Jeffrey. O próximo guitarrista se transformaria num dos pilares do Jethro Tull, segundo integrante mais longevo da história da banda, Martin Barre.
Com essa nova formação foi lançado o álbum Stand Up (1969). Ainda que com influências do blues da fase anterior, o segundo álbum do Tull, com a saída de Mick, deixava Ian mais livre para tocar à sua maneira, e a entrada de Barre trouxe mais peso ao som. Assim foi produzido um dos álbuns com, talvez, o maior índice de clássicos por faixa da história da banda. Entre elas está a famosa adaptação jazzística do quinto movimento da Lute Suite in Em minor de J. S. Bach, chamada Bourée, e a faixa We Used To Know, onde Barre mostra a que veio, com um solo fantástico de guitarra.
Em 1970, John Evan, velho amigo de Ian se junta à banda, e participa, como tecladista, da gravação do Álbum Benefit (1970). Essa foi uma época maravilhosa, ouvir o Tull tocando ao vivo em 1970
é ouvir uma banda jovem fazendo um som forte e conciso, e Ian Anderson tocando flauta de uma maneira única, músicas como With You There to Help Me, Nothing is Easy e My God (que seria lançada no próximo disco) são executadas com muita energia e um som bastante pesado, sem contar a ousadia de Ian na flauta, como pode ser percebido no solo da supracitada My God.
Isso tudo pode ser ouvido em dois discos ao vivo dessa época, o primeiro foi lançado em 1993, na caixa comemorativa do aniversário de 25 anos da banda, e foi gravado no Carnegie Hall, em Nova York. O outro foi lançado em 2004, e se chama Nothing Is Easy: Live At Isle Of Wight (2004). Foi gravado, como o nome já diz, no famoso festival da Ilha de Wight, onde também tocaram The Who, The Doors, Jimi Hendrix, ELP e Miles Davis, entre muitos outros. Esse show também foi filmado e lançado em DVD junto com o CD, e é uma apresentação magnífica.
Em 1971 foi a vez de Glenn Cornick deixar a banda, e em seu lugar entrou outro amigo de Ian e John, citado no começo desse artigo, Jeffrey Hammond-Hammond. Jefrrey não era um músico profissional, e teve que treinar muito para tocar com o Tull, mas com certeza ele foi um dos membros mais carismáticos da banda, falava nos shows, lia o jornal/encarte do álbum Thick As A Brick (1972) na turnê de 1972, escreveu e narrava a história da lebre que perdeu os óculos em 1973, etc.
O disco seguinte, talvez o mais famoso deles, por conter a faixa mais conhecida do Tull, Aqualung (1971), tinha o mesmo nome dessa música e foi lançado em 1971. Nesse álbum as letras, escritas por Ian Anderson com a participação de sua primeira esposa Jennie Franks, contém fortes críticas à Igreja e à sociedade, como nas músicas My God, a faixa título e Hymn 43, todas com um som mais forte e intercaladas por músicas acústicas como Wond’ring Aloud, Cheap Day Return e Slipstream. Esse disco foi muito importante na carreira da banda, e talvez seja o grande responsável por faixas como Locomotive Breath estarem o tempo todo tocando em rádios de Classic Rock.
Depois de Aqualung, O baterista Clive Bunker, que vinha com o Tull desde o inicío decide deixar a banda para se casar. Em seu lugar entra Barriemore Barlow, grande baterista que ficaria no Tull até 1980. Com essa formação são gravados os próximos 4 discos, a começar pelo grandioso Thick As A Brick (1972), de 1972. O TAAB, como é carinhosamente chamado pelos fãs, é um álbum conceitual que contém uma única música com duração de 43 minutos de 50 segundos, dividida em duas partes originalmente por causa dos dois lados do LP.

Nesse disco o Tull faz um rock progressivo da melhor qualidade, cheio de mudanças de ritmo, mas com constantes retomadas e reinterpretações do tema principal. Ele é tido até hoje como uma das obras primas máximas do estilo. A letra é um caso a parte, o poema foi escrito por Ian anderson, mas é creditado a um autor fictício, Gerald Bostock, que seria apenas um garoto. Aliás, não só a letra mas o encarte original dos LP’s era um caso a parte. Feito à semelhança de um jornal, cuja manchete é sobre o garoto autor da letra, e com muitas páginas e reportagens, todas vindas das cabeças de Ian, John e Jeffrey. Nos shows da turnê a música ficava num tamanho imenso, chegando a 80 minutos. Isso incluía grandes solos de flauta e bateria, além de uma parada onde Jeffrey lia algumas das notícias do jornal do encarte.
No mesmo ano também foi lançado o famoso álbum duplo Living In The Past (1972), que é uma coletânea de músicas dos álbuns anteriores, com algumas versões ao vivo, outras nunca lançadas e singles.
A Passion Play (1973), segue a mesma linha do TAAB, uma grande música dividida nos dois lados do LP, mas nesse caso há uma interrupção na música para uma história sobre uma lebre que perdeu seus óculos. “This is The Story Of The Hare Who Lost His Spectacles!”, é assim que John Evan anuncia com irreverência a história narrada por Jefrrey Hammond-Hammond.
O restante do disco é muito bom, Ian toca sax reto em várias partes, e a banda toda está em sintonia e impecável. Há algum tempo foi lançada uma versão do disco com as faixas separadas, resultando em 16 faixas que podem ser ouvidas separadamente, mas juntas formam o disco. Isso nos mostra como esse disco é diversificado, com passagens muito diferentes, mas mesmo assim interligadas.
Não foi um álbum bem criticado, e mesmo entre os fãs não é muito lembrado. Pra mim ele é um dos mais esquecidos, e injustamente, da discografia do Tull e em maior escala do rock progressivo.
War Child (1974) foi o ábum de 1974, e originalmente deveria ter sido um filme. O projeto não foi em frente, mas o disco saiu. E é um bom disco do Tull, contendo a acústica, bela e clássica faixa Skating Away On The Thin Ice Of The New Day, a irreverente Bungle in the Jungle, e a animada The Third Horrah. Que fã do Tull nunca gritou Horrah no começo dessa música? Todas as outras músicas desse álbum são muito boas, com destaque para a faixa título e Ladies.
War Child e o álbum de 1975, Minstrel In The Gallery (1975), estão classificados no site da banda ( http://www.j-tull.com ) como “Elizabethan / Medieval / Classical”. Uma classificação interessante, e boa, sobretudo para o Minstrel In The Gallery. A capa do álbum mostra uma festa medieval com um grupo de menestréis tocando ao fundo. A faixa título começa acústica e com Ian cantando para depois ganhar peso com a guitarra de Barre numa grande passagem instrumental muito prog, e por último ir para uma parte mais rápida, onde Ian canta novamente.
Uma belíssima música, em um álbum que trás várias pérolas, como Cold Wind To Valhalla, Requiem e One White Duck / 0^10 = Nothing At All, as três com belíssimos arranjos de cordas, fazem com que a o ouvinte se sinta realmente ouvindo um grupo de menestréis na Inglaterra Medieval. Destaque também para Baker St. Muse, faixa com mais de 16 minutos de progressividade, com um bem trabalhado equilíbrio entre as partes acústicas e elétricas.
Infelizmente, essa época de 1971 a 1975 é a que tem menos registros ao vivo da história do Tull, e os existentes tiveram que esperar até as caixas comemorativas de 20 e 25 anos para serem lançados, junto com algumas outras raridades. Uma das coisas mais importante saiu no disco 2 da caixa de 20 anos, o The Chateau D’ Isaster Tapes, faixa de 11 minutos, que foi gravada com a intenção de ser o álbum que viria depois de Thick as a Brick, mas que acabou sendo retrabalhada e se transformou no A Passion Play. Aliás, segundo o próprio Ian em uma entrevista à uma rádio inglesa, a intenção original era fazer um álbum duplo, que conteria o APP, o Disaster Tapes e mais várias outras faixas, que ficaram esquecidas até serem lançadas em 1993, no álbum Nightcap (1993). Várias dessas faixas passaram a integrar o AAP em algumas partes, e outras originaram músicas como Bungle in The Jungle, do álbum War Child.
Em matéria de vídeos é pior ainda, há um clipe de 75 com a banda tocando Minstrel in The Gallery, em que é possível ver o famoso baixo listrado de Jeffrey e interpretação genial da música por parte de todos. Além desse há um vídeo do Jeffrey contando a história da lebre que perdeu seus óculos.
Mas é claro que um fã persistente e procurando nos lugares certos pode encontrar vários bootlegs desses anos, em uma qualidade não muito boa, mas escutável, e alguns vídeos, a maioria de longe e gravados em Super 8, com qualidade bastante inferior. Mas eu ainda não acredito que não há nada oficial gravado dessa época, e fica a esperança de um dia esse material ser lançado para a alegria dos fãs.
Após o Minstrel, Jefrrey Hammond-Hammond aposenta seu baixo e volta a fazer algo que sempre gostou, pintura, que pratica até hoje. Em seu lugar entra o grande baixista John Glascock, que, entre outras, tocou na banda Carmen, que misturava flamenco com rock progressivo. O álbum gravado com essa formação se chama Too Old to Rock ‘n’ Roll: Too Young to Die! (1976), um disco um pouco diferente do resto da produção do Tull, alegre e descontraído, tem músicas muito boas, como a faixa título, Crazed Institution, Taxi Grab, From A Deadbeat To An Old Greaser (com direito a solo de sax de David Palmer) e Salamander, uma bela peça acústica que lembra, em alguns momento, a Cold Wind to Valhalla, do álbum anterior.
Dessa época existem dois vídeos muito interessantes: um especial para uma TV britânica, onde eles interpretam o álbum inteiro, faixa a faixa, e de uma maneira muito irreverente, com Ian vestido como mulher e Barrie Barlow se maquiando em Crazed Intitution, por exemplo. O outro é um show em Tampa, na Flórida, com uma hora de duração (ao que parece é só a primeira parte, a segunda é desconhecida), gravado com muitos closes no Ian, e imagens mais amplas do palco principalmente nas partes instrumentais. É um show memorável, com a banda toda mandando muito bem, com solo de flauta virtuoso, passagem instrumental belíssima na parte inicial do show e finalização com a nona sinfonia de Beethoven! O solo de flauta é no meio de um grande Medley, que era tocado em 75 e 76, e que tinha faixas mais antigas, como A New Day Yesterday, To Cry You A Song, etc.
Nessa época o Tull começou a ter mais contato com o folk. Glascock vinha do Carmen, uma banda folk, e a vocalista dela, Angella Allen, fez backing vocals no disco. Maddy Prior, uma cantora folk inglesa também faz backing vocals nesse álbum, e em 78 teve seu primeiro disco produzido pelo Ian e todos os membros do Tull tocaram nele, em uma ou outra faixa. Com tudo isso, em 1977 a banda decidiu fazer alguma mais voltada pro folk, daí saíram três grandes álbuns, conhecidos como a trilogia de álbuns folk.
Para começar esses trabalhos a banda ganhou o reforço oficial de um novo membro, David Palmer. Disse reforço oficial, pois na verdade David Palmer (que recentemente trocou de sexo e agora atende por Dee Palmer) foi arranjador do Tull desde os primeiros álbuns e, no meu modo de ver as coisas, ele é um dos grandes responsáveis pelos discos da chamada fase de ouro, de fora dos palcos e depois dentro deles também.

Com essa formação é lançado o disco Songs From The Wood (1977), uma das obras primas do Tull, com um som muito denso e coeso, como pode ser ouvido logo de cara na faixa título, arranjos muito bem feitos e execução impecável do novo membro David Palmer e dos outros músicos. Contém clássicos como Jack-In-The-Green e The Whistler, onde Ian toca de maneira sensacional uma flauta Thin Whistle, além de faixas que soam muito folk mas também tem um “quê” de música medival, como Hunting Girl e Velvet Green, que começa com um cravo.
Um álbum memorável de uma época única, que foi imortalizada também em vídeo, num especial gravado no mesmo ano para a BBC de Londres, talvez um dos melhores registros do Tull ao vivo, e infelizmente ainda não lançado oficialmente também.
No ano seguinte é a vez do álbum Heavy Horses (1978), que segue com o mesmo estilo do Songs From The Wood, com faixas como One Brown Mouse, com sua letra singela, a bela Wathercock onde o cantor conversa com um galinho do tempo, daqueles que mudam de cor quando vai chover. Mas nem só de músicas acústicas é feito esse álbum, a faixa título é mais pesada, com forte presença da guitarra de Barre, que em certo ponto parece cantar junto com a voz do Ian. No Lullaby é outra faixa marcante do álbum.
Nesse ano também é lançado o álbum ao vivo mais famoso do Tull, o duplo Live – Bursting Out! (1978). Esse álbum é feito de faixas de diferentes apresentações da turnê européia de 1978, e nos mostra uma banda no auge da boa forma, tocando de maneira incrível seus maiores sucessos, músicas dos novos álbuns e algumas instrumentais como Conundrum e Quatrain, que eram tocadas ao vivo correntemente. Desse mesmo ano data um show no Madison Square Garden, em Nova York, que foi televisionado por uma emissora italiana. Um grande show, em que faz falta a figura de John Glascock. John se encontrava doente, assim Tony Williams, um velho conhecido de alguns membros da banda, assumiu o posto de baixista durante alguns shows, e desempenhou bem esse papel.
Para fechar a trilogia folk, em 1979 foi lançado o álbum Stormwatch (1979). Apesar de ser considerado um dos álbuns folk, o som dele difere um pouco dos seus dois antecessores. É um álbum um pouco mais obscuro, com uma certa dose de melancolia. Contém músicas maravilhosas, como North Sea Oil, Orion e Dun Ringill, além da belíssima Home e da maravilhosa peça chamada Elegy, uma das poucas em que John Glascock tocou. Essas duas músicas são umas das mais emotivas do Tull. Mas a grande música do disco é Dark Ages, ela começa devagar, com uma letra bastante pessimista, e depois vai aumentando aos poucos até ganhar volume e ficar mais rápida. Com maravilhosas passagens instrumentais, é uma das músicas progressivas mais fortes e belas da banda. Há um vídeo dessa época de um documentário da BBC chamado Lively Arts (com o Glascock tocando junto) das músicas Sweet Drams e Dark Ages, é fantástico ver a banda no palco e ao mesmo tempo é triste pensar no que viria a seguir, pois em 79 também aconteceu algo triste na história do Tull. John Glascock se encontrava internado por problemas cardíacos e a maioria das partes de baixo do Stormwatch foram tocadas pelo próprio Ian. A turnê do álbum começou com um baixista substituto, Dave Pegg, que tocaria por muito tempo na banda. No meio da turnê John Glascock morreu. Era o começo do fim da chamada Era de Ouro do Jethro Tull.
No final da turnê, Barriemore, muito abalado com a morte de John, já que eram bons amigos, e também, dizem alguns, motivado pelas diferenças musicais com Ian, que queria que as músicas fossem tocadas ao vivo iguais às versões de estúdio e não era muito receptivo à sugestões de mudança nos arranjos, deixou a banda. Nesse período Ian estava gravando o que deveria ser seu primeiro disco solo, e para esse projeto convidou o músico Eddie Jobson, grande tecladista e violinista, que já havia tocado com Curved Air, Frank Zappa e UK, entre outros, convidou também o baixista Dave Pegg, o baterista Mark Craney e o guitarrista do Tull, Martin Barre. O disco ficou pronto e ganhou o nome de A (1980) (A de Anderson), mas a gravadora gostou muito do material e acabou divulgando-o como o novo álbum do Tull, e assim ele foi lançado. Com isso, David Palmer e John Evan deixam a banda, que começa a fazer shows com a nova formação.

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terça-feira, 26 de abril de 2016

Ciência do Esporte - Visão periférica


fonte:superinteressante
Nem só de pernas vivem os jogadores de futebol. A medicina mostra que treinar os olhos melhora a performance dos atletas, e que a visão de jogo não é um dom de nascença, privilégio de bem-dotados.

Paulo D´Amaro
No primeiro instante, ninguém entendeu aquela jogada. Pelé recebeu a bola na entrada da área italiana e, em vez de driblar o zagueiro e partir para o gol, tocou-a com pouca força para o lado direito, onde não havia nenhum jogador. Seria um erro primário cometido pelo rei do futebol? Nada disso. Foi, na verdade, uma jogada genial. Lá de trás, vinha o lateral Carlos Alberto Torres, veloz como um foguete. O passe de Pelé veio na medida exata. Resultado: mais uma bola no fundo das redes do goleiro italiano Albertosi. Era o quarto gol da Seleção brasileira, que selaria a conquista do tricampeonato mundial, no dia 21 de junho de 1970, no Estádio Azteca, no México.


Qual a explicação para o passe genial? Como Pelé conseguiu perceber, quase de costas, a aproximação de Carlos Alberto? A resposta não tem nada de sobrenatural. Pelé tinha aquilo que, no meio futebolístico, costuma-se chamar visão de jogo — a capacidade de perceber, num piscar de olhos, tudo o que se passa à sua volta. Essa velha conhecida dos amantes do chamado esporte bretão tem outro nome para os oftalmologistas: visão periférica. É ela que permite aos motoristas, por exemplo, olhar no espelho retrovisor sem perder a atenção no trânsito à frente. Ou, ainda, ao leitor perceber as bordas da revista enquanto lê o texto. Agora juntaram-se o oftalmologista Durval Morais de Carvalho e o técnico de futebol Paulo Gonçalves, professor da Universidade Federal de Goiás, para afirmar uma hipótese ousada: essa virtude pode ser desenvolvida e melhorada artificialmente.
A questão é polêmica. A “visão de jogo” sempre foi considerada um dom de nascença de uns poucos privilegiados. “Alguns têm, outros não”, diz taxativamente o ex-jogador e técnico da Seleção brasileira, Paulo Roberto Falcão, que atualmente dirige o Internacional de Porto Alegre. Outro craque do passado recente, Roberto Rivellino, concorda: “Visão de jogo é questão de talento e isso nasce com o jogador”, diz Rivellino, atualmente comentarista de TV e técnico do Clube Brasil de Masters. Já o ex-atacante do Corinthians e da Seleção, Sócrates de Souza Vieira de Oliveira, acredita que é possível melhorar a percepção com treinamentos específicos. “O pouco uso destas técnicas é resultado da falta de conhecimento”, adverte o ex-jogador, que ficou famoso por seus desconcertantes passes de calcanhar, e hoje trabalha como médico em Ribeirão Preto, SP.
A controvérsia é fácil de resolver, para o médico Durval Morais de Carvalho: “Os craques realmente conseguem aproveitar a visão periférica naturalmente. Mas há como induzi-la também nos jogadores menos dotados”. Praticante do futebol, ele se interessou pelo assunto por acaso. “Eu sempre ficava intrigado com lances em que um jogador, às vezes de costas, percebia um colega e fazia o passe”, conta. “Até que um dia me flagrei fazendo coisas assim num jogo de amadores.” Como especialista em assuntos de visão, Carvalho descobriu que sua “jogada de Pelé” não tinha sido casual. Na época, ele se dedicava a exaustivos exercícios de leitura dinâmica. “Tinha que haver uma relação entre as duas coisas.”
E aparentemente havia. “Os exercícios me condicionavam a prestar mais atenção na periferia da visão. Ao andar pela rua, ficava incomodado com as placas e outdoors, que antes eu nem percebia.” Se a visão lateral se mostrava mais apurada num simples passeio, no campo de futebol não poderia ser diferente. Não era mais necessário olhar fixamente para a bola e, assim, Carvalho podia procurar companheiros desmarcados ou ver a colocação do goleiro antes de chutar.
Os exercícios de leitura dinâmica haviam ampliado o mundo visual do médico. Isso porque, comprovadamente, o homem comum costuma prestar atenção apenas na chamada visão central. Não é para menos. Na vida cotidiana, é necessário constantemente identificar rostos, ler palavras e perceber objetos — tarefas que demandam uma análise detalhada das imagens. “Isso só pode ser feito por células fotossensíveis bastante complexas, chamadas cones, que captam a imagem e a levam ao cérebro com muita nitidez, como se fosse uma fotografia”, explica.
Só que essas células superevoluídas concentram-se apenas na região central da retina, bem no centro de um círculo de apenas 1,5 milímetro. Por isso, conseguimos ver com minúcias apenas as coisas que estão exatamente em frente de nossos olhos, num cone visual de irrisórios 10 graus, algo como o facho de uma lanterna. “É verdade que temos a impressão de ver com nitidez bem mais do que isso”, diz Carvalho. A razão é a rapidez de movimentação dos olhos, que conseguem mudar o foco da “lanterna” de um alvo para outro em frações de segundo. “Vale lembrar que os músculos oculares são os mais velozes de todo o corpo humano.”
Assim, apesar de não percebermos, a maior parte do nosso mundo visual está sempre no campo da visão periférica. Esta, por sua vez, é proporcionada por outro tipo de célula. São os bastonetes, mais simples, situados na periferia daquele pequeno círculo da retina. Como se fossem desenhistas preguiçosos, os bastonetes repassam ao cérebro apenas um esboço da imagem que a pessoa vê. Só dizem o formato aproximado dos objetos ao redor, a e se estão parados ou em movimento. Não percebemos claramente onde termina nossa visão central e onde começa a periférica pois há uma faixa de transição, onde cones e bastonetes se misturam.
Como qualquer humano normal, um atleta tende a seguir a regra de usar muito mais a visão central que a periférica. Só que, no esporte, o sofisticado trabalho das células cones não tem tanta importância. Nenhum jogador precisa ler qualquer coisa durante o jogo ou analisar o rosto de um companheiro ou adversário. Basta perceber a cor do uniforme daqueles que o rodeiam, se estão longe ou perto, parados ou em movimento. É aí que a visão periférica adquire um status que não costuma ter na vida comum. Somada a um bom desenvolvimento da musculatura do pescoço e dos olhos, ela faz os craques do futebol acharem rapidamente um companheiro desmarcado, sem precisar virar o corpo, tarefa que demanda preciosos segundos e revela ao adversário a intenção da jogada.
Ao perceberem isso, Durval Carvalho e o técnico goiano Paulo Gonçalves decidiram unir teoria e prática. “A preparação dos jogadores de futebol tem visado muito mais a parte motora, ao passo que com treinamento da percepção pode-se melhorar a velocidade dos reflexos. Por isso, é importante também criar exercícios para os olhos”, afirma Paulo Gonçalves, que, ao contrário da maioria dos técnicos de futebol, optou pela formação acadêmica: é mestre em ciências do esporte pela Universidade Paris V, na França, onde pretende apresentar o trabalho desenvolvido pela dupla no ano que vem, interrompendo temporariamente sua carreira de técnico.
Foi desenvolvida uma espécie de terapia para aumentar o aproveitamento da visão periférica pelos jogadores. Os primeiros resultados foram sentidos este ano na sensacional campanha do antes inexpressivo Vila Nova, de Goiás, o time escolhido como cobaia. “A intenção era aumentar a velocidade dos reflexos da musculatura do pescoço e dos olhos, além, é claro de forçar o uso da visão periférica”, explica Gonçalves.
Bons treinadores já haviam se preocupado em orientar os novatos para jogar de cabeça erguida. “Normalmente, os garotos novos olham apenas para a bola e não percebem a aproximação do adversário, errando mais passes”, diz Telê Santana, técnico campeão mundial interclubes pelo São Paulo, de quem os juniores são-paulinos volta e meia ouvem broncas como: “Levanta a cabeça!”, ou “Presta atenção no jogo!”
Outros, como Otacílio Pires de Camargo — o Cilinho — são mais criativos. O atual técnico do Rio Branco de Americana (time revelação do futebol paulista no último ano) ficou famoso por “garimpar” novos talentos e também por insistir para que esses novatos praticassem exaustivamente os fundamentos do esporte: chute, drible, passe, cabeceio e condução de bola. Cilinho inventou um treino curioso para laterais e pontas.Com o objetivo de condicioná-los a olhar com atenção para a área antes de cruzar uma bola, ele se coloca perto do gol, segurando uma camisa vermelha e outra amarela. Conforme o jogador se aproxima da linha de fundo para cruzar, Cilinho levanta uma das duas camisas. O jogador tem que gritar a cor da camisa antes de chutar, o que obriga a desviar a atenção da bola e utilizar a visão periférica.
Alguns craques também são bons exemplos de autodidatismo. O atual técnico do Corinthians, Mario Sérgio Pontes de Paiva, ficou famoso na década de 80 como jogador capaz de visualizar jogadas que ninguém conseguia imaginar. Ex-craque do Grêmio Porto-alegrense, São Paulo e Palmeiras, Mário Sérgio não se preocupava com a bola enquanto corria, mantendo os olhos livres para planejar o jogo. Mas nem sempre foi assim. “No início de carreira, eu só olhava para baixo”, confessa. “Perdia tantas bolas e errava tantos passes que um dia me irritei e decidi treinar incansavelmente até aprender a jogar de cabeça erguida. Deu tão certo que passei a surpreender até meus próprios companheiros de time com passes muito rápidos”, revela.
O mesmo ocorreu com Rivellino, que apesar de considerar a visão de jogo um dom de nascença, confessa que aprendeu pouco a pouco a usá-la para enganar os zagueiros adversários. “Na Seleção, cansei de fazer uma jogada em que olhava para o Edu na esquerda e passava para o Zico, na direita”.
Todas essas tentativas, no entanto, foram isoladas e intuitivas. O primeiro trabalho realmente estruturado em moldes científicos começou pelas mãos da dupla goiana, em 1983. Desde então, eles desenvolveram um aparelho capaz de medir a velocidade de captação de imagens e a percepção periférica. Paralelamente, inventaram e testaram toda sorte de exercícios visuais, elegendo, ao final, os mais produtivos, que foram aplicados pela primeira vez em 1992.
Gonçalves e Carvalho recrutaram doze jovens do time de juniores do então inexpressivo Vila Nova, de Goiás. Primeiro, a velocidade de reflexo visual de cada um foi verificada. O jogador era colocado a 1,5 metro de duas telas de vídeo, separadas entre si também por uma distância de 1,5 metro. Dessa forma, era impossível olhar fixamente para os dois vídeos ao mesmo tempo. Tinha então que identificar letras que apareciam de repente nas telas. Enquanto na à direita aparecia, por exemplo, um “a”, a tela da esquerda mostrava um “j”. As letras ficavam durante um momento nas telas e então se apagavam.
Nas primeiras baterias, o tempo de permanência das letras era mais do que suficiente para que os jogadores pudessem facilmente ler uma tela, virar e ler a outra. No decorrer do teste, porém, os flashes ficavam cada vez mais rápidos, exigindo não somente movimentos de pescoço e dos olhos, mas também o emprego da visão periférica. O tempo de permanência das letras foi reduzido até o ponto em que mesmo os jogadores mais rápidos não conseguissem ler ambas as telas. Esses privilegiados atingiram a impressionante marca de 46 centésimos de segundo. Ou seja, necessitavam menos de meio segundo para ler dois estímulos diferentes separados por mais de um metro de distância. “Muitos, no entanto, revelaram reflexos visuais bem mais lentos”, conta Carvalho. O próximo passo seria decisivo para os menos dotados.
Descoberta a velocidade visual de cada jogador, os novatos do Vila Nova foram submetidos a três modalidades de treinamento para a visão, realizados três vezes por semana, durante três meses. Uma delas era eminentemente laboratorial e assemelhava-se aos exercícios de leitura dinâmica. O jogador era condicionado a ler, com apenas um golpe de vista, palavras impressas com vários centímetros de distância umas das outras.
O segundo exercício já estava ligado à bola. A velha e boa “embaixada” — aquela brincadeira de ficar chutando a bola para cima sem deixá-la cair no chão — tinha que ser executada ao mesmo tempo em que o jogador era obrigado a olhar para o gol. “Nas primeiras tentativas quase ninguém conseguia dar mais de trinta olhadelas em direção ao gol em cada série de 80 embaixadas”, recorda-se Carvalho. “Ao final de um mês, no entanto, alguns jogadores já conseguiam olhar para o gol 70 vezes a cada 80 toques na bola.” Em outras palavras, eles haviam se libertado da bola. Se antes tinham que olhar fixamente para ela, agora bastava a visão periférica, tal qual fazem os jogadores de basquete enquanto quicam a bola.
A terceira e última etapa foi a mais difícil para os juniores do Vila Nova. Era um treino de cabeçadas para o gol, após cobranças de escanteio. Só que, em vez de simplesmente esperar o cruzamento, os jogadores precisavam cumprir uma tarefa durante o trajeto da bola. Assim que era chutada, tinham de olhar para o lado oposto e ler palavras escritas em uma tabuleta. À primeira vista, parece realmente impossível virar-se para trás, ler uma placa, voltar e cabecear a bola para o gol — tudo em mais ou menos um segundo. “Como no exercício das embaixadas, ao final de dois meses a maioria já tinha reflexos suficientemente rápidos na musculatura do pescoço e dos olhos para cumprir a tarefa.”
Seis dos doze juniores treinados por Gonçalves e Carvalho tornaram-se titulares do time principal, após a experiência. O Vila Nova, que fazia nove anos não ganhava nada, saiu de uma fase ruim, à beira do rebaixamento para a segunda divisão, para chegar em 3.º lugar em 1992 e se sagrar campeão estadual goiano em 1993. “É claro que muitos fatores levaram o time a ganhar o campeonato. Mas, com certeza, um dos mais importantes foi o treinamento da visão”, diz Paulo Gonçalves.
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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Smartphone: qual a idade ideal para as crianças terem seu próprio celular?

 fonte: canaldoensino

Olá, Marujos!

O smartphone é um item indispensável para os adultos, todos precisam ter um ou pelo menos é o que o mundo de hojepede para nós, mas e as crianças, será que elas precisam desse aparelho e qual a idade certa para se ter um? Muitos pais têm essa dúvida, até porque o aparelho celular é algo novo e nenhuma pessoa que hoje é pai ou mãe teve acesso a essa tecnologia na infância.
Como é algo novo e os pais não tem experiência com isso, não sabem como lidar e o que fazer, mas vamos te ajudar, mostrando qual a melhor idade para uma criança ter seu próprio celular e acabar com essa grande dúvida.
Para começar você precisa pensar na utilidade do aparelho na vida dos pequenos. Com uma certa idade a criança usa o celular apenas para brincar, elas não tem essa necessidade de ligar para alguém ou para os pais. As crianças não saem desacompanhadas, portanto seria uma serventia quase inútil do celular. A primeira coisa que deve se pensar é nessa utilidade, será que seu filho de 4 anos precisa de um celular? Ele vai usar? Ele precisa te ligar?
Provavelmente ele não vai precisar, por isso pense nessa utilidade, se eles querem brincar existem muitas outras possibilidades, você pode emprestar o seu, pode comprar um brinquedo diferente e divertido para ele. O vídeo game é uma boa opção, pois existem jogos educativos para todas as idades e as crianças curtem muitos jogos eletrônicos. Uma outra opção é o tablet, onde você encontra aparelhos baratos que satisfazem o desejo da criança.
O indicado é jamais dar um celular apenas porque seu filho quer, o aparelho celular é algo útil para as pessoas, não só de brinquedo. É importante explicar isso ao seu filho, não importa se o colega da escola tem um smartphone, seu filho não precisa ter só por isso. As crianças muitas vezes usam o “todo mundo tem” para convencer os pais, mas não é verdade, a maioria das crianças entre 5 e 9 anos não possui um aparelho celular, apenas 14% nessa idade tem um aparelho celular, segundo pesquisas.
Qual a idade ideal

A idade ideal para ganhar um celular varia muito, isso vai depender de muitos fatores, quem precisa avaliar tudo isso são os pais. Você pode dar o aparelho quando a criança mostrar que realmente é necessário ter um, quando ela se mostrar responsável, quando a criança já está maior e tem uma vida social mais intensa.
Não existe a idade ideal, a verdade é essa. Muitas vezes uma criança de 9 anos já precisa de um celular porque os pais deixam na escola e ela precisa ligar para eles, ou a criança já sai sozinha com os amigos e precisa se comunicar com os pais e, muitas vezes, uma criança de 12 anos ainda não precisa do celular e não mostra necessidade.
Uma idade que geralmente as crianças começam a apresentar a necessidade de ter o aparelho é por volta dos 12 ou 13 anos de idade. Nossa dica nesse momento é comprar um aparelho mais barato e pré-pago. É interessante também dar uma mesada e deixar que eles administrem os créditos, isso é importante e já ajuda em diversas coisas.
Se você optar por dar um celular de presente para seu filho que é ainda bem novo, o que você deve fazer é supervisionar. Com os smartphones as crianças estão conectadas no mundo, elas tem acesso a internet, redes sociais e muitas outros sites, por isso você precisa vigiar e ver o que ele anda fazendo. Essa é uma forma muito importante no controle dos pais.
Por último devemos lembrar que os aparelhos móveis são muito visados por ladrões, é importante pensar também no risco que seu filho pode estar correndo em possuir um aparelho sendo tão novo. O problema não é roubar e perder o aparelho, mas sim a situação que você pode expor a criança. É importante ficar atento a isso e evitar ao máximo situações assim. Se seu filho tem um celular, não deixe que ele saia com ele na mão por ai e, ensine que é preciso ficar atento a todo momento.
No final quem vai e pode tomar a decisão é você, só não deixe ser levado pela influência do seu filho. 
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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Ótimo kit para tratamento capilar masculino


Indo direto ao que interessa sabemos que a calvicie atinge a maior parte dos homens acima dos 20 anos e o ideal é começar o tratamento o quanto antes. Para isso analisei e experimentei diversos produtos oferecidos no mercado nacional e o que se mostrou mais eficaz foi o kit abaixo, onde temos a força da babosa, que para quem não sabe, "babosa" é um nome popular dado à planta Aloe barbadensis miller, a famosa Aloe vera. Existem outras espécies de babosa, porém vou falar apenas da citada acima, que é a espécie de babosa que apresenta mais valores nutricionais. Atualmente existem cerca de 400 espécies de "babosa" no mundo, entretanto, apenas 4 (isso mesmo: 4!!!) podem ser usadas sem grandes riscos para a saúde.
Na composição da Aloe barbadensis miller (Aloe Vera) existem vitaminas, minerais, mono e polissacarídeos, aminoácidos essenciais e secundários, enzimas, ácidos graxos, lignina entre outros. Essas substâncias são essenciais para a cura de determinadas enfermidades. É por isso que a "babosa" é tão procurada e usada. Tradicionalmente a "babosa" é utilizada para acne, queimaduras de sol, úlcera, caspa, quebra de cabelo, herpes, entre outros. Na medicina ela é utilizada para tratamentos antibacterianos, hepáticos e anti-inflamatórios. Ou seja, a danada é mesmo funcional!


Então o kit é todo baseado nessa força encontrada nessa plantinha que faz milagres ao coro cabeludo. Eu, seu capitão, utilizo dessa força todos os dias com esses produtos que você encontra aqui e ali, mas recomendo altamente utilizar o kit que é algo que deve ser usado sempre para quem tem muita queda de cabelo. E se você não tem paciência de procurar experimentar vários produtos para saber qual o melhor, acredito que eu tenho a solução imediata para os seus problemas marujo...

Lembrando que dormir com o cabelo molhado, tomar banho escaldante, comer fast food em excesso e deixar de hidratar o cabelo são atitudes que agridem os fios e evitam o crescimento, ou seja, coisas a serem evitadas. Procure também comer alimentos como beterraba, ovos, frutas, grãos e se puder compre umas nozes que são excelentes para fortificar a cabeleira...abraço a todos os navegantes!

link para compra:  http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-757949817-kit-exclusivo-tratamento-para-calvice-testado-e-aprovado-_JM

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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Demolidor, Justiceiro, Elektra...tem como dar errado?

Como vocês que acompanham o blog sabem eu sou um chato de galocha para elogiar alguma coisa feita pela indústria cinematográfica, eu me considero um tipo de Greg Popovich ( tecnico do San Antonio Spurs) no quesito analisar o conjunto da obra. E eu sou um fã de carterinha das Hq's do Demolidor então se a série fosse ruim eu iria chutar o balde como já chutei inúmeras vezes com a Marvel, mas que bom que eu posso dizer que Demolidor é uma das melhores coisas de super-hérois já feitas.

"Eu acho que você é uma meia-medida. Eu acho que você é um homem que não pode terminar o trabalho."

Ao aguardar a próxima temporada do Demolidor da Netflix, eu temia que o tom realista, corajoso, do original seriam lavados pelo tipo mais adolescentizinho. Especialmente quando o clã ninja mão imortal foi nomeado como um adversário - o tema reencarnação e realismo muitas vezes não andam de mãos dadas. Basta pegar o nosso R.I.P Arrow da DC que um dia já foi uma boa pedida.


 


Mas a nova temporada funciona mesmo explorando um campo complicado. Parte do segredo para este sucesso é que, diferentemente da primeira temporada onde a trama foi bastante linear, esta rodada leva de três a quatro histórias a funcionarem para um desfecho só. Cada parte equilibrando-se mutuamente. Cada um com atores que trazem o seu melhor.   Tirando o foco apenas do "O Homem Sem Medo ".

Charlie Cox como Daredevil é um tipo de combinação perfeita ala Downey Jr. / Tony Stark,  mas o personagem-título não precisa fazer todo o trabalho pesado.
Elektra (Elodie Yung), Frank Castle aka The Punisher (Jon Bernthal), Karen Page (Deborah Ann Woll) e Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio) todos unidos trazendo um resultado lindo e satisfatório.


Não há como negar que Frank Castle no melhor jeitão badass é quem dita o ritmo da série e vai com sangue nos olhos atrás dos culpados pela morte de sua família e isso faz com que todos os personagens se borrem de medo com sua fama de atirar primeiro perguntar depois. 
O rei do crime, Wilson Fisk é outro que é mostrado de maneira a explorar o que o personagem tem de mais fiel a partir dos quadrinhos,  manipulando os dois heróis como só um verdadeiro estrategista faria, e a Karen...Oh boy Karen Paige ...


Erguendo-se da raiz de uma personagem coadjuvante até sua independência na história, sua capacidade de ver Frank como um alguém que no fundo é bom, defendendo sua pesquisa enquanto seu mundo se desintegra  faz dela uma das melhores propostas da temporada.
A parte onde Elektra e Demolidor atuam juntos é onde a série introduz o seu universo enigmático e se desmembra já com seu climax estabelecido. Isso lá pelo sexto episódio. Vemos os ninjas aparecerem e uma conspiração ganhar força quando nossos heróis descobrem que o Céu Negro uma arma letal e antiga está vindo para o Hell's Kitchen. Acompanhamos o passado de Elektra e de Matt quando o Demolidor ainda era um universitário. Dai temos um periodo de romance, e como a ação não pode parar vemos o Justiceiro passar de caçado no tribunal a caçador. 
No fim somos brindados com o melhor que o universo cinematográfico bem estruturado da Marvel tem a oferecer, sem finais mimosinhos, muuitas mortes ocorrem e o futuro se mostra muito promissor para Matt Murdock no que diz respeito mais histórias do Demolidor.
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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Filtrando sua mente - quanto lixo e informações inúteis você ingere diariamente?



Na leitura do clássico Sherlock Holmes somos ensinados pelo próprio detetive a enxugar o que é desnecessário de ser absorvido por nossas mentes. Deixando assim só o que de fato é necessário e fundamental para nossa vida e nosso trabalho ser bem gerido. A formula do genial detetive deveria ser seguida a risco por todos nós que vivemos nesse mundo globalizado. Informações chegam aos montes. Porém se formos ingênuos ou simpatizantes de todas as fontes e besteiras que são ditas e nos mostradas seremos facilmente ludibriados por pessoas fingidas ou malignas que não querem o nosso bem. Sendo assim, o que devemos fazer?
Em primeiro lugar devemos bloquear de todas as formas possíveis as fontes de informação ruins.
Se você tem pessoas do seu convívio pessoal que só compartilham idiotices, a primeira mudança deve ser não permitir que essas pessoas tirem seu foco das outras informações relevantes. Você escolhe se quer compactuar para sua própria lixeira pessoal ou seguir um caminho claro e objetivado em prol da sua mente funcional e criativa para o que realmente interessa. E o que realmente interessa para você?

Dai temos o que eu considero a força motriz de nossas vidas. Os seus objetivos!

Se você busca realização pessoal ou financeira, você deve buscar sempre as melhores pessoas e as melhores fontes de informação. Não se engane, você não cresce sozinho, tudo e todos o influenciam a chegar onde você almeja. Então escolha bem quem o ajudará a atingir seus objetivos. Será a pessoa que só o tira do foco ou a pessoa que o faz caminhar mais rápido para sua própria realização.
É elementar que você tenha confiança nas pessoas ao seu redor. Elas podem te elevar ou te afundar até o fundo do poço.
 E ainda assim quando você atingir a sua própria maneira de filtrar o que lhe é relevante, você ainda terá que tomar escolhas difíceis, e isso o fará alguém que os outros passaram a perguntar sobre determinados assuntos. Você se tornará formador de opinião. E esse processo será ainda mais complicado do que quando você ainda escolhia seu ciclo de influência. É nesse ponto que dentre todas as informações ao seu dispor você terá que tomar suas decisões não apenas por você, mas por todas as outras pessoas que o respeitam. O seu lixo intelectual nunca será extinto, mas você deve reduzi-lo ao máximo para que suas escolhas moldem o futuro de maneira que mais pessoas sintam-se livres dos vícios da sociedade contemporânea de compartilhar tudo o que é irrelevante. Afetando cada vez menos individuos e moldando novos formadores de opiniões que realmente farão do mundo um lugar melhor e mais educado.


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domingo, 17 de abril de 2016

Sereias - Daniela Lopez Osório



Daniela Lopez Osório é uma jovem modelo com apenas 22 anos que tem causado furor nas redes sociais, devido as publicações ousadas de sessões fotográficas que coloca no Instagram. Esta modelo conta já com 75.000 seguidores, sendo que a sua popularidade não pára de aumentar. Recentemente, a colombiana foi a escolhida para exibir os biquínis da marca “Mia Marcelle swimwear” que por acaso são muito bonitos.













Daniela Lopez Osório é uma jovem modelo com apenas 22 anos que tem causado furor nas redes sociais, devido as publicações ousadas de sessões fotográficas que coloca no Instagram. Esta modelo conta já com 75.000 seguidores, sendo que a sua popularidade não pára de aumentar. Recentemente, a colombiana foi a escolhida para exibir os biquínis da marca Mia Marcelle swimwear” que por acaso são muito bonitos. - See more at: http://buzzmag.pt/daniela-lopez-osorio/#sthash.G65FSdzh.dpuf
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sábado, 16 de abril de 2016

Como impressionar as mulheres da maneira correta



  1. Leia, se informe e seja interado
Pense nos momentos que você foi solicitado opinar sobre determinado assunto e simplesmente ficou mudo por não saber nada a respeito, pois é, você ser inteligente desperta não só sua habilidade intelectual, mas é uma ótima oportunidade para atrair mulheres. Então leia muito, saiba um pouco de cada assunto e se mostre sempre a frente das questões.



2. Estude uma nova língua, e por favor vá além do inglês
 

Estudar um outro idioma é uma ótima forma de impressionar mulheres, pois não é nada fácil aprender uma novo idioma e isso vai te tornar alguém que as outras pessoas acham que é muito inteligente e de fato você será, pois você estará também embarcando em uma nova cultura.




3. Ficar em forma

Você não tem que ter barriga tanquinho. Basta estar em forma o suficiente e ter uma postura corporal que indica alguém que passa segurança. Ficar em forma é uma ótima maneira de conhecer novas pessoas. Além disso, outros vão ficar impressionado com o seu compromisso. Como um bônus adicional, você vai chutar o traseiro de seus amigos que não estão na mesma condição que você na pelada.



4. Saiba tocar um instrumento musical

Muito parecido com uma outra língua, saber tocar um instrumento é sexy. Todo mundo adora músicos. Eu sugeriria piano ou guitarra de aprendizagem. Se sua voz não é terrível, é bom ser capaz de cantar. Com alguma prática, você será capaz de tocar toneladas de canções populares (a maioria das músicas no rádio só hoje envolvem quatro cordas) ou ser capaz de escrever músicas para seus amigos. Ou escrever canções para meninas. Elas se amarram nesse mojo.


 

      6 .Aprender como lidar com as bebidas
Nenhuma mulher quer um cara que vai ser expulso da festa mais cedo por beber demais. É preciso mater-se social e carismático ao mesmo tempo sabendo fazer o uso do álcool ao seu favor. Mesmo que você tem que cuidar de alguns amigos bêbados, você vai desenvolver uma reputação de alguém que sempre pode ter um bom tempo sem ser um pinguço total.



  1. Diminua seu tempo nos Tweets/Facebook...
Crie um ar de mistério a sua volta. Ninguém gosta de o cara que está sempre alterando o seu feed de notícias com coisas fúteis. Não partilhe de mensagens estúpidas, nenhum pedido de jogo, e coisas idiotas. É bom ter uma opinião, mas a maioria das pessoas têm suas próprias opiniões, respeite-as. Ao diminuir o contato com as midias sociais, você vai fazer o tipo calmo, reservado, e principalmente intrigante. Mais pessoas vão realmente querer ouvir a sua opinião, se é algo que você só dá em raras ocasiões.


 

8. Flores e Romantismo não são ruins se souber usar 

Muitos homens se sentem envergonhados de demonstrar seu romantismo, e se eles não mudarem seu jeito de pensar sobre o assunto, nunca irão impressionar uma mulher da maneira correta. Elas querem
e merecem se sentirem únicas, mas não digo para ficar massageando o ego delas e sim ter uma conversa sincera onde demonstra realmente querer saber como ela está.




9 - Seja descolado, tenha atitude e personalidade própria

Tudo que foi dito até agora não vai adiantar de nada se você não tiver sua própria identidade, sabendo sempre o que quer, aprendendo com seus erros, ditando o que vai ser e quando VOCÊ vai querer.  Não existe atração se você deixa ser dominado por sua pretendente. VOCÊ é quem dá as cartas meu caro.

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