segunda-feira, 7 de março de 2016

Rita Lee...Rockeira, mutante,irreverente,venenosa,Miss...tudo numa só mulher ( Parte 1)

 Feliz dia internacional da Mulher 08/03/16



Rita Lee é o que se pode chamar de cometa harley da música, só passa de tempos em tempos. Uma figura de personalidade forte e de grande carisma, seu rock desde sempre mostrou-se afiado, tantos nas letras quanto em musicalidade. Junto de Arnaldo Baptista e do seu Sergio Baptista tiveram uma passagem marcante nos anos 60 com uma formação irreverente, os Mutantes, e ainda hoje são lembrados em muitos lugares do mundo pelas canções que fizeram.
Em 1966, estavam em estúdio fazendo os backings para Nana Caymmi em Bom dia, quando, no intervalo, conheceram o marido da cantora, que logo os desafiou a um duelo. No fim de uma tarde de improvisos e afinidades, receberam o convite para acompanhá-lo no festival que estava sendo preparado para o ano seguinte.

Gilberto Gil e Os Mutantes ganharam o segundo lugar com Domingo no parque no III Festival da Música Popular Brasileira na TV Record, o mesmo em que Caetano apresentou a sua Alegria alegria, ficando em quarto. O público não entendeu muito bem a mistura das guitarras elétricas dos Mutantes com o violão de Gil e orquestra regida por Rogério Duprat. Era a Tropicália mostrando seus primeiros passos e recebendo suas primeiras vaias. 

Ainda em 1967, participaram do disco-manifesto Tropicália ou panis et circensis ao lado de Gil, Caetano, Gal Costa, Tom Zé e Nara Leão, entre outros. Assinaram contrato com a Philips (atual PolyGram) e, já no ano seguinte, lançaram o primeiro disco do grupo.

Depois de viver em comunidades, experimentar todos os tipos de drogas, fugir da polícia e driblar a censura, Rita Lee começou a desenvolver uma carreira solo, lançando Build up em 1970, disco produzido por Arnaldo Baptista. Em 1972, ano do último disco dos Mutantes, Rita lançou outro álbum solo, também contando com a participação dos outros integrantes.
Pouco depois, foi expulsa do grupo por divergir dos novos rumos que os outros integrantes estariam tomando.



Em depressão pela saída dos Mutantes, Rita pensou em terminar a carreira. Trancou-se um tempo em casa, período em que compôs muitas das músicas do trabalho que lançaria a seguir. Formou o Tutti Frutti, para uma série de apresentações no Teatro Ruth Escobar. Por sugestão da gravadora, que queria lançar Rita como estrela nacional de seu cast, o grupo passou a se chamar Rita Lee & Tutti-Frutti.
Com essa banda, lançou alguns grandes sucessos, como Ovelha negra, Agora só falta você, Esse tal de Roque Enrow, Miss Brasil 2000 e Jardins da Babilônia


Em 1976, grávida pela primeira vez, foi presa por porte e uso de maconha. Ficou um ano em prisão domiciliar, precisando de permissões especias do juiz para sair de casa e fazer shows. Abalada e sem dinheiro, compôs com Paulo Coelho a polêmica Arrombou a festa. O compacto com essa faixa bateu recordes de venda do pop brasileiro com 200 mil cópias vendidas.

Já vivendo com Roberto de Carvalho definitivamente incorporado à banda, mãe de Roberto Lee de Carvalho e livre da prisão domiciliar, Rita sai em turnê com Gilberto Gil. Refestança foi registrado em disco, mas, segundo a própria cantora, resgatou apenas 30% da atmosfera do show.
Depois do LP Babilônia, em 1978, a banda se desfez. Seu nome foi registrado por um dos integrantes, que queria obrigar a saída de outro. Rita reformulou a banda e colocou na estrada o show Rita Lee & Cães e Gatos, nome dado devido às brigas internas durante os ensaios. Esse show deu origem a um dos primeiros álbuns piratas do Brasil, hoje, artigo de colecionador.


No ano seguinte, Rita já não mais fazia parte de uma banda. Ao lado de Roberto de Carvalho, lançou um álbum que pode ser considerado um divisor de águas em sua carreira. Nele, mostrava seu lado romântico e se permitia a misturas até então inimagináveis. O grande hit do ano de 1979 foi Mania de você e a dúvida seria se a febre Rita Lee resistiria a mais um verão.
A resposta veio com Lança perfume. Sucesso absoluto no Brasil, a música ficou por mais de um mês no primeiro lugar da Billboard americana e virou must nas boates da Europa. Até o Príncipe Charles passou por excêntrico ao dizer que sua cantora predileta seria Rita Lee.
As turnês tomaram contornos de mega-produção, com estrutura inédita para os palcos brasileiros da época. Os discos marcavam números de cópias até então nunca alcançados no mercado pop brasileiro.

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