Feliz dia internacional da Mulher 08/03/16
Rita Lee é o que se pode chamar de cometa harley da música, só passa de tempos em tempos. Uma figura de personalidade forte e de grande carisma, seu rock desde sempre mostrou-se afiado, tantos nas letras quanto em musicalidade. Junto de Arnaldo Baptista e do seu Sergio Baptista tiveram uma passagem marcante nos anos 60 com uma formação irreverente, os Mutantes, e ainda hoje são lembrados em muitos lugares do mundo pelas canções que fizeram.
Em 1966, estavam em estúdio
fazendo os backings para Nana Caymmi em Bom
dia, quando, no intervalo, conheceram o
marido da cantora, que logo os desafiou a um
duelo. No fim de uma tarde de improvisos e
afinidades, receberam o convite para
acompanhá-lo no festival que estava sendo
preparado para o ano seguinte.
Gilberto Gil e Os Mutantes
ganharam o segundo lugar com Domingo no
parque no III Festival da Música Popular
Brasileira na TV Record, o mesmo em que
Caetano apresentou a sua Alegria alegria,
ficando em quarto. O público não entendeu
muito bem a mistura das guitarras elétricas
dos Mutantes com o violão de Gil e orquestra
regida por Rogério Duprat. Era a Tropicália
mostrando seus primeiros passos e recebendo
suas primeiras vaias.
Ainda em 1967, participaram
do disco-manifesto Tropicália ou panis et
circensis ao lado de Gil, Caetano, Gal
Costa, Tom Zé e Nara Leão, entre outros.
Assinaram contrato com a Philips (atual
PolyGram) e, já no ano seguinte, lançaram o
primeiro disco do grupo.
Depois de viver em
comunidades, experimentar todos os tipos de
drogas, fugir da polícia e driblar a
censura, Rita Lee começou a desenvolver uma
carreira solo, lançando Build up em
1970, disco produzido por Arnaldo Baptista.
Em 1972, ano do último disco dos Mutantes,
Rita lançou outro álbum solo, também
contando com a participação dos outros
integrantes.
Pouco depois, foi expulsa do
grupo por divergir dos novos rumos que os
outros integrantes estariam tomando.
Em depressão
pela saída dos Mutantes, Rita
pensou em terminar a carreira.
Trancou-se um tempo em casa,
período em que compôs muitas das
músicas do trabalho que lançaria
a seguir. Formou o Tutti Frutti,
para uma série de apresentações
no Teatro Ruth Escobar. Por
sugestão da gravadora, que
queria lançar Rita como estrela
nacional de seu cast, o grupo
passou a se chamar Rita Lee &
Tutti-Frutti.
Com essa banda,
lançou alguns grandes sucessos,
como Ovelha negra,
Agora só falta você, Esse
tal de Roque Enrow, Miss
Brasil 2000 e Jardins da
Babilônia.
Em 1976, grávida
pela primeira vez, foi presa por
porte e uso de maconha. Ficou um
ano em prisão domiciliar,
precisando de permissões especias do juiz para sair de
casa e fazer shows. Abalada e
sem dinheiro, compôs com Paulo
Coelho a polêmica Arrombou a
festa. O compacto com essa
faixa bateu recordes de venda do
pop brasileiro com 200 mil
cópias vendidas.
Já vivendo com
Roberto de Carvalho
definitivamente incorporado à
banda, mãe de Roberto Lee de
Carvalho e livre da prisão
domiciliar, Rita sai em turnê
com Gilberto Gil. Refestança
foi registrado em disco, mas,
segundo a própria cantora,
resgatou apenas 30% da atmosfera
do show.
Depois do LP
Babilônia, em 1978, a banda
se desfez. Seu nome foi
registrado por um dos
integrantes, que queria obrigar
a saída de outro. Rita
reformulou a banda e colocou na
estrada o show Rita Lee &
Cães e Gatos, nome dado
devido às brigas internas
durante os ensaios. Esse show
deu origem a um dos primeiros
álbuns piratas do Brasil, hoje,
artigo de colecionador.
No ano seguinte,
Rita já não mais fazia parte de
uma banda. Ao lado de Roberto de
Carvalho, lançou um álbum que
pode ser considerado um divisor
de águas em sua carreira. Nele,
mostrava seu lado romântico e se
permitia a misturas até então
inimagináveis. O grande hit do
ano de 1979 foi Mania de você
e a dúvida seria se a febre Rita
Lee resistiria a mais um verão.
A resposta veio
com Lança perfume.
Sucesso absoluto no Brasil, a
música ficou por mais de um mês
no primeiro lugar da Billboard
americana e virou must nas
boates da Europa. Até o Príncipe
Charles passou por excêntrico ao
dizer que sua cantora predileta
seria Rita Lee.
As turnês
tomaram contornos de
mega-produção, com estrutura
inédita para os palcos
brasileiros da época. Os discos
marcavam números de cópias até
então nunca alcançados no
mercado pop brasileiro.
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