Depois
das tristes notícias que testemunhamos no Brasil e no mundo nos últimos
dias em relação a atentados terroristas(França) E da tragédia do
rompimento da barragem em MG, ficamos com sentimentos variados de
revolta, luto, sensibilidade e perplexidade e eu como sempre
faço quando fico com a cabeça muito cheia resolvi ouvir uma boa música e
simplesmente meditar sobre a vida e curiosamente isso me levou a um tal
Raul Seixas.
Escutando
suas canções eu encontrei a paz que necessitava para entender o que
deveriamos estar buscando espiritualmente nesse momento. Deixe-me
compartilhar com você a minha viagem para dentro do universo fascinante,
um tanto místico e completamente atual em relação a vida, que foi a
mente de Rauzito, o maluco beleza.
Raul
sempre levou o estigma de ser o maluco, porém vinha sempre do elogio
"Beleza". Na verdade ele era um homem a frente de seu tempo, muitas
vezes dizia algo profundo de um jeito um tanto atabalhoado e cômico, mas que dizia muito como tantas vezes ouvimos em suas letras onde fala sem medo de Deus e o Diabo. Raul encontrou o sentido da vida e soube viver como poucos. Você pode pensar que ele morreu pelo jeito como lidou com a vida, mas é exatamente esse jeito de viver que poucas pessoas conseguem encontrar. Não estou dizendo para viver e fazer o que o Raul, eu me refiro refiro a encontrar o que te faz feliz e se doar para sua felicidade e não para o dizem e tentam te impor como um caminho para um fim, a felicidade é o caminho e é para lá que eu vou tropeçando, mas com muito empenho assim como Raul o fez.
O Raul era tido como louco, e na sua loucura lúcida, vivia plenamente. Realizava seus sonhos e almejava fazer as pessoas saírem da mediocridade e do seu marasmo. Ele tem uma música que seu “início, fim e meio” é um convite a sair da caverna de Platão e ansiar por um novo mundo cheio de luzes e possibilidades. Estou falando da música “Meu amigo Pedro”, cuja letra completa está abaixo:
O Raul era tido como louco, e na sua loucura lúcida, vivia plenamente. Realizava seus sonhos e almejava fazer as pessoas saírem da mediocridade e do seu marasmo. Ele tem uma música que seu “início, fim e meio” é um convite a sair da caverna de Platão e ansiar por um novo mundo cheio de luzes e possibilidades. Estou falando da música “Meu amigo Pedro”, cuja letra completa está abaixo:
Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não
Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim
Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria, e a guerra é dura
Mas se não puder, cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura
Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração
E eu não tenho nada a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
É que tudo acaba onde começou
Meu amigo Pedro
*****
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim
Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria, e a guerra é dura
Mas se não puder, cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura
Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração
E eu não tenho nada a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
É que tudo acaba onde começou
Meu amigo Pedro
*****
Pedro, nesta música, supostamente ou quem sabe
realmente, tenha sido um amigo seu que era advogado. Uns dizem que ele
fez referência ao seu irmão Plínio Seixas nessa música, mas digo com
sinceridade, tenho muita desconfiança quanto a isso. Acredito que ele
estava querendo criticar o sistema de mercado escravizante que a maior
parte das pessoas se submete.
Ele fala de seu amigo que trabalhava todos os dias, seguindo aquele velho ritual das 8 horas diárias, sempre trabalhando com seu terno. Por isso que ele diz:
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno
Que só usa sempre o mesmo terno
Nessa música, o Raul questiona seu amigo Pedro com relação ao seu trabalho.
Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não
Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim
O trabalho de advocacia não dá espaço para ser
sentimental, entende? Um advogado chorão fica desempregado rapidinho,
não tenho dúvidas disso. Tem que ser “durão”. Por isso o Pedro só
chorava no banheiro.
Pedro vai para o trabalho todo dia, cumpre sua rotina
de rapaz trabalhador, sem se questionar se isso seria o melhor para
ele. Não estou querendo dizer que seja ruim trabalhar de advogado, me
entenda bem, estou apenas interpretando a visão do Raul, OK?
O Raul queria mesmo era a liberdade de fazer o que
quisesse, no tempo que quisesse, dormir em qualquer hora, acordar em
qualquer hora, viajar quando quisesse, para qualquer lugar que bem
entendesse.
Você acha isso loucura? Eu chamo isso de LIBERDADE, o cerne da “Sociedade alternativa”. Como diria ele e o senhor Aleister Crowley: “Todo homem tem o direito de mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes”.
Eu acho essa ideia encantadora e sonho em um dia existir essa sociedade
que não tenha fronteiras e divisões, mas sei que isso está muito longe
de acontecer. Não estarei mais nesta Terra quando esse dia chegar.
Por causa desse imenso desejo do Raul por liberdade que ele fala a frase mais cômica desta música.
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo
E você me chama vagabundo
Para o Raul, ser advogado é “caretice”. E para o Pedro, ser músico é “vagabundagem”. Quem está certo? Quem está errado? Ninguém ora bolas! Era apenas a visão individual deles.
Ele queria mostrar ao Pedro o universo de
possibilidades que ele tinha e não conseguia enxergar. Nisso eu concordo
plenamente com o Raul. Estamos vivendo em um mundo que prega o tempo
todo a necessidade de ter “estabilidade”, um emprego “seguro”. Por que? O que nos amarra nessa condição é o medo.
Por muito tempo eu também pensei nessa “estabilidade”, mas aprendi que quanto mais seguros estamos em um emprego, menor é a nossa liberdade,
temos que cumprir uma série de obrigações. Que para muitos é tranquila,
podem ser executadas tranquilamente, mas não é assim pra todo mundo.
Para quem quer ser um “maluco beleza” essa ideia não encaixa, entende?
Por isso que sempre me questiono sobre isso e não fico apontando o dedo na cara de ninguém dizendo: “Isso está certo. Isso está errado. Siga por aqui. Siga por lá…”.
Por que? Quem sou eu pra dizer o que é certo ou errado? Na realidade
nem sabemos o que isso significa! O certo de um é o errado do outro e
vice-versa. Então? O que fazer? Simples! Fique calado meu amigo! Vá
cuidar da sua vida e deixe as outras pessoas absolutamente livres…
Simples assim!
Olha só! Você está começando a entender a sociedade
alternativa. Ela segue essa linha. Será que ela é diabólica, como alguns
pensam? Eu acredito sinceramente que não. Ela existe
para as pessoas que sonham com liberdade acima de tudo. Mas vivemos num
lugar onde as pessoas preferem a segurança. Escolhas…
O refrão é uma das mensagens mais incríveis desta
música e poucos são os que a comprendem. O Raul estava falando sabe de
quê? Da MORTE. Vixe! Vou explicar.
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Mas tudo acaba onde começou
Ou seja, o Pedro conquistou o sucesso e realização
profissional pelo caminho da advocacia e o Raul pelo da música. Ambos
conseguiram, por caminhos totalmente diferentes.
Tudo acaba onde começou quer dizer isso, todos vamos
morrer, é um fato. Todos vamos voltar a condição de seres espirituais
que um dia vieram para o planeta Terra.
No fim das contas, o que menos importa é o caminho
que nós seguimos, o que importa é ter vivido uma vida que tenha feito
sentido. O Raul conseguiu isso, mas o Pedro eu tenho as minhas dúvidas…
Pense sobre isso e viva sua vida intensamente. Essa música é um verdadeiro tratado pela liberdade e felicidade. Viva Raul…
AGORA UM OLHA MAIS PROFUNDO NA OBRA DO MESTRE...
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