A Pedagogia Waldorf é uma abordagem pedagógica baseada na filosofia da educação do filósofo austríaco Rudolf Steiner, fundador da antroposofia.
É
um método revolucionário de educação, que supera a busca pelo
desenvolvimento exclusivamente intelectual do ser humano, preocupando-se
também com a sua formação física, espiritual e artística.
O
objetivo é desenvolver indivíduos livres, integrados, socialmente
competentes e moralmente responsáveis. As escolas e professores possuem
grande autonomia para determinar o currículo, metodologia e governança.
Criada em 1919 em Estugarda, na Alemanha, tem como base o conceito de que o desenvolvimento de cada ser humano é diferente. Assim, o ensino deve levar em conta as diferentes características de cada indivíduo.
Tudo
foi pensado pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, que a pedidos do
dono de uma fabrica de cigarros, a Waldorf, no pós guerra, desenvolveu a
pedagogia. Daí vem o nome.
Mais do que uma concepção de ensino, o filósofo, educador e artista Rudolf Steiner (1861-1925) criou uma linha de pensamento que enxerga o homem além do material. É a Antroposofia, que prega o conhecimento do ser humano aliando fé e ciência.
Sua Pedagogia é um reflexo dessa forma de pensar, que sobrevive há um século.
A partir daí, ela foi espalhada para vários outros lugares no mundo até chegar aos números que possui hoje: já são mais de mil unidades, 2 mil jardins de infância e cerca de 600 centros educacionais em 60 países, incluindo o Brasil.
Mais do que uma concepção de ensino, o filósofo, educador e artista Rudolf Steiner (1861-1925) criou uma linha de pensamento que enxerga o homem além do material. É a Antroposofia, que prega o conhecimento do ser humano aliando fé e ciência.
Sua Pedagogia é um reflexo dessa forma de pensar, que sobrevive há um século.
A partir daí, ela foi espalhada para vários outros lugares no mundo até chegar aos números que possui hoje: já são mais de mil unidades, 2 mil jardins de infância e cerca de 600 centros educacionais em 60 países, incluindo o Brasil.
Na
pedagogia Waldorf um mesmo assunto que se pretende ensinar é abordado
várias vezes durante o ciclo escolar, mas nunca da mesma maneira, e
sempre respeitando a capacidade de compreensão de cada um.
Fundamentalmente,
esta pedagogia tem, como objetivo, desenvolver a personalidade de forma
equilibrada e integrada, estimulando o florescimento na criança e no
jovem de: clareza do raciocínio; equilíbrio emocional; e iniciativa de
ação.
"Não há, basicamente, em nenhum nível, uma educação que não seja a auto-educação. [...] Toda educação é auto-educação e nós, como professores e educadores, somos, em realidade, apenas o ambiente da criança educando-se a si própria. Devemos criar o mais propício ambiente para que a criança eduque-se junto a nós, da maneira como ela precisa educar-se por meio de seu destino interior." - Rudolf Steiner
Uma
das principais características da Pedagogia Waldorf é o seu embasamento
na concepção de desenvolvimento do ser humano introduzida por Rudolf
Steiner.
Ela
é uma pedagogia holística em um dos mais amplos sentidos que se pode
dar a essa palavra quando aplicada ao ser humano e à sua educação.
De
fato, ele é encarado do ponto de vista físico, intelectual e
espiritual, e o desabrochar progressivo desses três constituintes de sua
organização é abordado diretamente na pedagogia.
Para
Steiner, o ser humano é constituído de três veículos de expressão: o
corpo, as emoções e a mente. A esses três veículos correspondem três
funções: o querer, o sentir e o pensar. Todos esses aspectos precisam
ser educados com a mesma atenção para a plena realização do potencial
humano.
Assim,
por exemplo, cultiva-se o querer (agir) através da atividade corpórea
dos alunos em praticamente quase todas as aulas; o sentir é incentivado
por meio de abordagem artística constante em todas as matérias, além de
atividades artísticas e artesanais, específicas para cada idade; o
pensar vai sendo cultivado paulatinamente desde a imaginação dos contos,
lendas e mitos no início da escolaridade, até o pensar abstrato
rigorosamente científico no ensino médio.
O fato de não
se exigir ou cultivar um pensar abstrato, intelectual, muito cedo é uma
das características marcantes da pedagogia Waldorf em relação a outros
métodos de ensino.
A
pedagogia Waldorf incentiva e encoraja a criatividade, nutre a
imaginação e conduz os alunos a um pensamento livre e autônomo.
Almeja-se
que as aulas sejam um preparo para a vida. Procura-se desenvolver as
qualidades necessárias para que os jovens floresçam e saibam lidar com
as constantes e velozes mudanças que se apresentam no mundo com
criatividade, flexibilidade, responsabilidade e capacidade de
questionamento.
Entende-se
que o jovem, cada vez mais, precisa ser articulado e capaz de se
comunicar claramente, tanto se abrindo para o que os outros têm a dizer
como encontrando a melhor forma para expressar seus pensamentos ao
mundo. Para tanto, a pedagogia Waldorf, segundo seus adeptos, permanece
revolucionária até os dias de hoje.
Sem
muito perceber, a criança vai preenchendo sua alma de autoconhecimento.
O aprendizado do conteúdo é quase que uma consequência. E, no futuro, pode-se esperar um ser humano mais harmônico, mais equilibrado em suas emoções.
Porque
aprendeu, desde pequeno, como lidar com suas vontades e limites. O
simples brincar de subir em árvore exige que a criança faça escolhas,
como o galho em que vai pisar. E todas as escolhas têm consequência.
Assim
é na infância, assim é na vida. Conhecer o peso do seu corpo, saber o
quanto sua perna estica e se seu braço terá força pra pendurar naquele
galho, parecem coisas bobas. Mas olha quanto quanta consciência tem aí.
Isso é o educar para a liberdade. Liberdade de escolhas e vontades.
Liberdade em saber onde começa seu espaço e onde é o do amigo. Em ser
companheiro, em ser participativo, colaborativo.
“A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres que sejam capazes de, por si mesmos, encontrar propósito e direção para suas vidas.” - Rudolf Steiner
Integrada
na configuração oficial do ciclo básico da educação em nosso país, uma
escola Waldorf encaminha o processo ensino-aprendizagem segundo alguns
princípios básicos de inspiração antroposófica, entre os quais:
A liberdade individual é a maior riqueza do homem.
A
Antroposofia entende que o que distingue o homem dos outros seres da
natureza é a sua capacidade de decidir sobre si mesmo e de fazer
escolhas conscientes. O propósito de uma Escola Waldorf é, portanto,
formar indivíduos em condições de zelar por sua liberdade, prontos a
responder por suas decisões, de modo a garantir não apenas o seu
bem-estar pessoal, mas sua contribuição ao mundo.
O ensino só pode ser vivo e luminoso se for livre.
A
aprendizagem que privilegia apenas o intelecto dificilmente atinge o
ser humano por inteiro. As emoções e sensações que acompanham a
experiência de aprender dão sustentação ao que é captado
intelectualmente.
Na
Escola Waldorf, a expressão artística, presente em todas as áreas do
conhecimento, favorece e possibilita essa integração, ao expor
livremente os anseios humanos.
Quando
a informação é elaborada no intelecto (pensar), passa pelos órgãos dos
sentidos (sentir) e determina uma vontade (agir), ela se transforma em
conhecimento. Pensar, sentir e agir é o caminho da aprendizagem.
O ser humano atual é fruto de acontecimentos que remontam aos primórdios da humanidade.
O homem reproduz em seu desenvolvimento a evolução da civilização humana.
O
currículo de uma Escola Waldorf acompanha e respeita esse tempo de
crescer. O conteúdo é transmitido de acordo com a fase de
desenvolvimento em que o aluno está, de modo que ele possa reconhecer
dentro de si as experiências para as quais está pronto a viver.
Ao
entrar para a escola, a criança muito pequena é estimulada pela
curiosidade, alcançando pouco a pouco o domínio da linguagem, da
escrita, dos números e das ciências. Espera-se que, ao terminar o ensino
médio, o jovem esteja, por fim, apto a se identificar com o homem
contemporâneo.
As
escolas Waldorf são totalmente livres do ponto de vista pedagógico,
pertencendo em geral a uma associação beneficente sem fins lucrativos.
Para
a pedagogia Waldorf, o desenvolvimento humano pode ser compreendido
pelas alterações gradativas que são percebidas ao longo de sete anos —
os chamados setênios.
Nos
primeiros sete anos de vida, ou primeiro setênio, a criança não está
totalmente desenvolvida do ponto de vista biológico e, por isso,
acredita-se que a alfabetização nos moldes educativos convencionais
(leitura, aritmética, gramática) não seja vantajosa a longo prazo.
Assim,
o mais importante é investir em práticas consideradas mais sadias, com
maior interatividade com o meio ambiente e seus recursos, atividades
mais dinâmicas e lúdicas, maior tempo investido em brincadeiras e jogos
que estimulem a criança sob um enfoque menos capitalista e tecnológico.
Essas
práticas permitem o desenvolvimento de habilidades primárias, como a
criatividade, a abstração e a coordenação motora, que serão importantes
para o aprendizado mais complexo que será implementado gradativamente e
em consonância com a maturidade da criança.
Os setênios
É
de conhecimento geral algumas crises básicas na biografia humana: aos 7
anos, a troca dos dentes; aos 14, a puberdade; aos 21, a maioridade.
Aprofundando a observação dos períodos delimitados por essas crises,
Steiner percebeu a qualidade essencial de cada um deles.
Os primeiros 7 anos
de vida são dedicados ao conhecimento do corpo, seus limites e
capacidades. A aprendizagem nesse período é realizada principalmente por
vias inconscientes, baseada na imitação. A criança estrutura suas
experiências por meio de brincadeiras que brotam de sua imaginação. A
virtude básica que a criança precisa ver manifestada ao seu redor é a
gratidão pela vida. O mundo é bom!
Dos 7 aos 14 anos,
os sentimentos estão se consolidando. É de suprema importância, nessa
fase, as atividades artísticas. São então criadas as bases para o
comportamento ético: o sentimento de fraternidade para com os
semelhantes e de reverencia em relação aos mistérios da natureza. A
virtude básica que a criança precisa ver manifestada ao seu redor, nessa
fase, é a beleza. O mundo é belo!
Dos 14 aos 21 anos,
os pensamentos e a visão pessoal do mundo são estruturados de forma
mais abstrata. Surgem perguntas existenciais. A virtude básica que o
adolescente precisa perceber ao seu redor é a sinceridade da busca dos
que o rodeiam. O mundo é verdadeiro!
O
ensino baseado nos preceitos de Steiner pode ser considerado holístico,
uma vez que defende conceitos e implementa atividades que visam ao
desenvolvimento físico, espiritual e artístico dos estudantes.
As atividades realizadas nas escolas Waldorf incluem tarefas:
- Corpóreas, que incentivam a ação em resposta ao “querer” dos alunos.
- Artísticas, que incentivam o “sentir”.
- Que estimulam o pensamento, a imaginação e a criação de ideias e histórias.
- Que estimulam o pensamento científico mais complexo e incentivam maior abstração dos estudantes mais velhos.
- Que aprimoram gradativamente as habilidades criativas.
- Que desenvolvem o pensamento social e físico.
- Que promovem maior contato com a natureza.
Objetivos da pedagogia Waldorf:
Maior autonomia:
as crianças amadurecem brincando na escola e somente aprendem a ler
após os sete anos de idade. Isso permite que elas tenham maior autonomia
para conhecer suas limitações e aptidões.
Maior segurança:
os brinquedos Waldorf contêm cheiros e são fabricados com materiais
macios e aconchegantes. As bonecas de tecido, ao serem abraçadas pelas
crianças, trazem maior segurança, característica que será importante ao
longo de seu desenvolvimento.
Espelhamento:
outra grande vantagem das bonecas Waldorf é a de possibilitar, pelas
fisionomias simples e suaves, que a criança perceba mais facilmente a
representação física do ser humano, o que contribui para o aprendizado
da figura humana e o espelhamento em si mesma e em pessoas ao seu redor.
Socialização:
por incentivar brincadeiras mais lúdicas e interativas, as crianças
aprendem a socializar-se de maneira mais saudável, o que será importante
para suas relações interpessoais futuras.
Aprimoramento intelectual:
aprimoradas as habilidades básicas descritas, é possível ir aumentando a
complexidade das tarefas e incluir matérias educativas convencionais
com maior demanda intelectual. Assim, o desenvolvimento racional
torna-se muito mais sólido e integrado.
Autoconhecimento:
as atividades desenvolvidas ajudam a desenvolver, desde cedo, a
percepção dos sentidos de cada criança, o que será importante para que
ela, ao longo de sua vida, tenha maior conhecimento sobre suas
intenções, sentimentos e motivações.
No
Brasil há 25 escolas Waldorf ou de inspiração Waldorf (sem contar
jardins de infância isolados), sendo 4 em S.Paulo (3 com ensino médio).
A
mais antiga, existente desde 1956, é a Escola Waldorf Rudolf Steiner de
São Paulo, que tem cerca de 850 alunos e 75 professores.
Agregado
a ela há o curso mais antigo de formação de professores Waldorf no
Brasil, reconhecido oficialmente. Em 2010, segundo o site da Federação
das Escolas Waldorf no Brasil, há um total de 73 escolas Waldorf
reconhecidas por ela, com 2050 professores e 2500 alunos de jardim de
infância, 4180 alunos no ensino fundamental, 580 no ensino médio.
No
Brasil, espera-se que os formados no ensino médio ainda façam um
semestre ou um ano de cursinho para entrar nos cursos superiores mais
concorridos, se bem que tem havido muitos casos de aprovação no
vestibular nas melhores universidades, sem cursinho. Em geral, os
ex-alunos entram em faculdades de procura média sem necessidade de
preparo adicional.
As
escolas e professores possuem grande autonomia para determinar o
currículo, mas claro que são ministradas aulas de português, matemática,
geografia e história. O conteúdo indicado pelo MEC – Ministério da
Educação é dado e seguido. Mas a forma e a intensidade são completamente
diferentes das escolas tradicionais e construtivistas – principalmente.
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